O cancelamento ou o adiamento por um ano dos Jogos Olímpicos Tóquio2020 pode custar ao Comité Olímpico de Portugal (COP) até um milhão de euros, custo que será mais significativo quanto mais tarde surgir a decisão.
“A missão custa um milhão. Não tenho neste momento noção do valor que vamos ter de comprometer já. Uma parte já está comprometida, tivemos de sinalizar todas as reservas que fizemos, mas agora temos de as confirmar. Temos de tomar decisões a partir desse princípio [que há Jogos Olímpicos]. Se a decisão for em sentido contrário, naturalmente terá consequências muito penalizantes para a economia dos comités olímpicos, em particular do COP”, assumiu José Manuel Constantino.
Em declarações à Lusa, o presidente do COP diz que é penalizador para os comités olímpicos nacionais decidir na incerteza, pois estão a comprometer-se com “uma logística com custos envolvidos muito significativos”.
“Vamos ter de tomar decisões, tratar disto tudo com o pressuposto de que os Jogos Olímpicos se vão realizar... e mais para a frente se toma a decisão não se realizar, há consequências muito gravosas”, reforçou.
Como exemplos, deu a necessidade de ir fazendo diverso tipo de pagamentos, como alojamentos, viagens, envio de contentor com o material da missão e de animais para as provas de hipismo.
José Manuel Constantino assume estar “preocupado”, até porque, lembra, “o quadro internacional é profundamente desfavorável”, dando como exemplo o cancelamento de sucessivas provas à escala mundial, nas quais se inclui o Euro2020 de futebol.
“A menos que o COI tenha elementos de avaliação da situação que me escapam… e espero que tenha. Para tomar esta decisão estando a ser assessorado pela Organização Mundial da Saúde, é porque tem elementos que lhe permitem sustentar o que está a defender sob pena de, se isso não acontecer, o COI entrar em crise de credibilidade profundíssima perante o mundo inteiro”, avisou.
O novo coronavírus, que surgiu em dezembro na China e é responsável pela pandemia da Covid-19, infetou mais de 210 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 8.750 morreram.
Os países mais afetados depois da China são a Itália, com 2.978 mortes para 35.713 casos, o Irão, com 1.135 mortes (17.350 casos), a Espanha, com 558 mortes (13.716 casos) e a França com 175 mortes (7.730 casos).
Face ao avanço da pandemia, vários países adotaram medidas excecionais, incluindo o regime de quarentena e o encerramento de fronteiras.
Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde (DGS) elevou quarta-feira o número de casos confirmados de infeção para 642, mais 194 do que na terça-feira. O número de mortos no país subiu para dois.
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