Os Jogos Olímpicos Tóquio2020, hoje adiados devido à pandemia de covid-19, enfrentam um desafio "titânico" de reorganização para poderem ‘encaixar' no calendário desportivo de 2021, com a primavera e o verão como principais opções.
Descrito por um dos diretores do Comité Olímpico Internacional (COI), Christophe Dubi, como "um trabalho titânico", encontrar novas datas “após 2020 e nunca após o verão de 2021” para o evento de maior monta do calendário desportivo será missão da Comissão de Coordenação do COI, o Comité Organizador dos Jogos e as federações internacionais dos vários desportivos.
A primavera, um dos cenários possíveis para o COI, apresentaria melhores condições climatéricas em relação ao verão, que já em 2020 levou à decisão de deslocar alguns eventos para Saporo, mas colidiria "com a reta final dos principais campeonatos europeus coletivos, sobretudo o futebol", destacou Dubi à agência noticiosa France Presse.
"Seja o que for que aconteça, será um trabalho titânico analisar os calendários de cada um dos desportos, e avaliar também a disponibilidade, em particular dos hotéis e dos grandes centros de convenções, onde estarão instalados, entre outros, os ‘media centers'", rematou Christophe Dubi.
A maior parte dos campeonatos na Europa estão já pressionados em 2020 pela pandemia, permanecendo suspensos, assim como a Liga dos Campeões e a Liga Europa, pelo que os Jogos decorrerem na primavera encurtaria ainda mais a janela de oportunidade para regularizar o calendário.
Outra das disposições a ter em conta em 2021 é o adiamento das outras duas grandes provas marcadas para o verão de 2020, o Europeu e a Copa América de futebol, que passaram para julho do próximo ano.
Os principais problemas apresentados prendem-se com a logística, das casas na aldeia olímpica, algumas delas já vendidas, à oferta hoteleira e de transportes.
O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, disse hoje ter proposto o adiamento "por cerca de um ano" ao Comité Olímpico Internacional (COI), e fontes próximas do COI explicaram à France Presse que o verão é mesmo a altura de preferência de Abe.
Ao todo, o adiamento ‘mexe' com 43 infraestruturas, algumas delas construídas para a ocasião e outras temporárias, que têm agora de ser mantidas pelo Comité Organizador e não entregues a outras entidades desportivas.
O novo Estádio Olímpico de Tóquio, por exemplo, terá vários concertos e outras competições desportivas marcados para depois das datas originais dos Jogos, uma das razões pelas quais o COI já tinha alertado, ainda antes desta decisão, de que "alguns locais essenciais à competição poderão não estar, depois, disponíveis".
No verão, os Mundiais de atletismo estão marcados para agosto, ainda que o líder da federação internacional de atletismo, a ‘World Athletics', Sebastian Coe, já tenha admitido que os mesmos podem não se realizar nessa altura para acomodar os Jogos.
Por outro lado, também para o Japão, estão agendados os Mundiais de natação, em Fukuoka de 16 de julho a 01 de agosto, e a Federação Internacional de Natação (FINA) poderá estar disposta a ajustar também o calendário.
Os Jogos Olímpicos Tóquio2020 foram adiados para 2021, devido à pandemia de covid-19, anunciaram hoje o Comité Olímpico Internacional (COI) e o Comité Organizador dos Jogos, em comunicado.
"Nas presentes circunstâncias e baseado nas informações dadas hoje pela Organização Mundial de Saúde, o presidente do COI [Thomas Bach] e o primeiro-ministro do Japão [Shinzo Abe] concluíram que os Jogos da XXXII Olimpíada em Tóquio devem ser remarcados para uma data posterior a 2020 e nunca depois do verão de 2021", lê-se no comunicado.
Esta decisão foi, de acordo com o mesmo documento, tomada "para salvaguardar a saúde dos atletas, de toda a gente envolvida nos Jogos Olímpicos e de comunidade internacional".
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 386 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram cerca de 17.000.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
O continente europeu é aquele onde está a surgir atualmente o maior número de casos, e a Itália é o país do mundo com mais vítimas mortais, com 6.077 mortos em 63.927 casos. Segundo as autoridades italianas, 7.024 dos infetados já estão curados.
Em Portugal, há 30 mortos e 2.362 infetados confirmados. Portugal encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de quinta-feira e até às 23:59 de 02 de abril.
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