O presidente da Federação Portuguesa de Vela (FPV), Mário Quina, desvalorizou hoje o ‘veto’ do Comité Olímpico da Grécia a que Vasileia Karachaliou compita por Portugal, enquanto aguarda o primeiro passo, que é a obtenção da nacionalidade.

“Estou a aguardar, sinceramente, com tranquilidade. O primeiro passo importante é o Governo português aceitar que ela fique portuguesa. Depois, terá de ser feito um pedido formal para correr por Portugal e, aí, haverá várias entidades a pronunciarem-se, entre elas o Comité Olímpico grego e, depois, tomarão a decisão que entenderem”, afirmou, em declarações à agência Lusa.

O dirigente luso assegura que o organismo que preside está “tranquilo” e “a aguardar o evoluir da situação”.

“Agora, gostaríamos que ela corresse por Portugal, porque ela é uma mais-valia e penso que podia trazer um resultado muito bom para Portugal. O que temos e podemos fazer é aguardar o desenrolar desta situação”, vincou Mário Quina, atualmente na conferência anual da World Sailing, na cidade espanhola de Málaga.

Vasileia Karachaliou, de 27 anos, garantiu a quota olímpica para Portugal em ILCA 6, em 19 de agosto, nos Mundiais de vela, em Haia, mas o Comité Olímpico da Grécia decidiu não autorizar que compita com as cores lusas, em Assembleia Geral, confirmou à Lusa o responsável helénico, Spyros Capralos.

“O primeiro tema é que a Vasileia consiga a nacionalidade portuguesa. Só depois seguirá o pedido para outras instituições, como o Comité Olímpico Internacional (COI), a World Sailing e, também, o Comité Olímpico da Grécia, mas não é só este. Compreendo que o comité grego diga que não, mas a decisão não é só deles”, reforçou.

A grega, que compete por Portugal mediante uma licença especial da federação internacional da modalidade (World Sailing), só poderia representar o país caso conseguisse a cidadania nacional até março de 2024 e o Comité Olímpico grego autorizasse a sua presença na capital francesa com as cores lusas.

“O processo de nacionalização está a decorrer e está a ser analisado pelo Governo. Estamos a aguardar a decisão deste ou de outro Governo. Se até março não tiver a nacionalidade portuguesa, a vaga será entregue a outra. Mas, nesse caso, se for portuguesa, ainda terá oportunidade de voltar a lutar por uma vaga. Nós só temos de aguardar, porque nada disto depende da FPV”, concluiu.