O nadador norte-americano Michael Phelps e o velocista jamaicano Usain Bolt despediram-se com o estatuto de ‘deuses’ olímpicos, na estreia dos Jogos na América do Sul, no Rio de Janeiro, em 2016.
Apesar de ter chegado a anunciar a sua retirada após Londres2012, a ‘bala de Baltimore’ voltou para engrandecer, na piscina do Rio de Janeiro, o seu legado como um dos maiores atletas olímpicos de sempre.
Porta-estandarte dos Estados Unidos na cerimónia de abertura, Phelps acrescentou, aos 31 anos, mais seis medalhas, cinco das quais de ouro (200 mariposa, 200 estilos, 4x100 livres, 4x200 livres e 4x100 estilos), ao seu ‘gigantesco’ pecúlio, que concluiu com 23 ouros, três pratas e dois bronzes.
No Estádio Olímpico Nilton Santos, despediu-se outra ‘lenda’ olímpica, o jamaicano Usain Bolt, que conquistou outra vez os títulos olímpicos nos 100, 200 e 4x100 metros, mesmo não o tendo feito com a mesma facilidade das edições anteriores.
Em três Jogos Olímpicos, o homem mais rápido da história, que ainda detém os recordes mundiais nos 100, 200 e 4x100, venceu sempre as três provas em que participou, embora tenha perdido o ouro na estafeta de Pequim2008, devido a um positivo de doping de Nesta Carter.
Os Estados Unidos voltaram a ser a nação mais forte e conquistaram 121 medalhas, 46 das quais de ouro, ultrapassando as 1.000 medalhas em Jogos Olímpicos.
Com a Rússia a ver 111 atletas banidos, devido ao escândalo de doping no país, a Grã-Bretanha ficou no segundo lugar do quadro de medalhas, com 27 ouros (67 no total), seguida da China, com 26 (70), e dos russos, com 19 (17).
Desportivamente os Jogos do Rio foram um sucesso, com 27 recordes do mundo, e 91 olímpicos, a caírem, a maior parte na natação, com o anfitrião Brasil a chegar às sete medalhas de ouro, um recorde na sua história, enquanto Portugal, 'cheio' de diplomas, apenas conseguiu um bronze, de Telma Monteiro.
Nas piscinas, Katie Ledecky deu quatro ouros aos Estados Unidos, mais dois do que a 'dama de ferro' da Hungria, Katinka Hosszu, com a China a fazer o pleno no ténis de mesa, conquistando quatro títulos em quatro possíveis.
No Rio de Janeiro, nasceu outra ‘lenda’ norte-americana, com o 'fenómeno' Simone Biles a arrecadar quatro primeiros lugares e um bronze na ginástica, numa carreira perturbada por problemas de saúde mental, que a afetaram em Tóquio2020.
No futebol, Neymar conduziu o Brasil ao único título que lhe faltava, com a conquista da medalha de ouro, selada com um penálti marcado pela grande estrela da equipa, na final frente à Alemanha.
O britânico Mo Farah repetiu os ouros nos 5.000 e 10.000 metros conseguidos quatro anos antes, tal como a sul-africana Caster Semenya nos 800 metros e o queniano Eliud Kipchoge na maratona, enquanto a polaca Anita Wlodarczyk conseguiu um novo recorde do mundo no lançamento do martelo.
O Rio2016 marcou a estreia de países como o Kosovo e o Sudão do Sul, além de reforçada equipa de atletas refugiados, que, pela primeira vez, puderam competir sem terem de se coordenar com o comité olímpico da nação de onde fugiram.
Contudo, nem tudo foi positivo no Rio2016, os primeiros de Thomas Bach na presidência do Comité Olímpico Internacional (COI), com várias polémicas e organização deficiente, nomeadamente ao nível dos transportes, da alimentação e da impreparação dos envolvidos, muitas vezes a roçar o amadorismo.
Com acusações de derrapagem de custos ou de criação de 'elefantes brancos', os primeiros Jogos da América do Sul decorreram numa altura em que ‘rebentava’ o escândalo Lava Jato, que fez cair a presidente Dilma Rousseff, e sob a ameaça do vírus Zika, que, afinal, não infetou ninguém, e da insegurança, que, salvo raras exceções, também não se verificou.
Na cerimónia de abertura, recheada de marcantes momentos da história e da cultura popular brasileira, o então presidente Michel Temer foi assobiado aquando da declaração de abertura dos Jogos.
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