Os portugueses Tsanko Arnaudov e Francisco Belo admitiram hoje ter apostado em táticas diferentes na qualificação do lançamento do disco dos Jogos Olímpicos Paris2024, mas ambos acabaram por falhar a final.

Enquanto Tsanko Arnaudov, de 32 anos, fez um primeiro lançamento válido a 20,02 metros, acabando num terceiro ensaio com 20,31, a 16.ª melhor marca do concurso, Francisco Belo foi mais agressivo e justificou que, ao se aperceber que lançamentos de cerca de 20 metros não seriam suficientes, decidiu arriscar, acabando por fazer três nulos.

"O meu primeiro objetivo passava por cá estar, porque só é possível ser semifinalista [entre os 16 primeiros classificados] quando alguém cá está. Se me dissessem, no início de maio, que eu tinha alguma possibilidade de cá estar, tinha feito as decisões que fiz mais cedo", disse Tsanko Arnaudov, recordista nacional, salientando o facto de ter decidido ser o seu próprio treinador a partir de maio, obtendo ainda o 'passaporte' olímpico.

O lançador do Torreense, que tinha sido 29.º no Rio2016, disse ter cumprido diversos objetivos com esta presença nos Jogos de Paris: "Primeiro objetivo [presença nos Jogos] está cumprido, segundo objetivo, que era estar na primeira metade da tabela, mais do que cumprido, o terceiro objetivo, presença na final, era possível, mas, não falhei, só não consegui, falhava se tivesse ficado em casa".

"Estou muito grato, muito feliz, como se estivesse a sair agora com uma medalha de ouro. Fazer um trabalho que não era para ser meu [ser o seu próprio treinador], apenas com a minha experiência, acho que vale mais do que passar à final, por isso, estou extremamente satisfeito com o meu trabalho hoje", disse ainda Tsanko Arnaudov, 15.º nos Europeus Roma2024.

Por seu turno, depois do 10.º posto nos recentes Campeonatos da Europa, Francisco Belo encerrou o seu concurso sem qualquer marca e classificação, ao efetuar três arremessos nulos, um risco assumido pelo próprio.

"Antes três nulos a querer lançar 21, do que três válidos a lançar 19 ou 20. Nós sabíamos que 20 metros não ia levar a lado nenhum, antes ambicionar 21, porque era aquilo que estávamos a pensar seria a marca mínima de qualificação", admitiu o lançador, 16.º em Tóquio2020, em relação à sua prova.

O também médico, de 33 anos, disse "estar em paz" consigo mesmo, porque a aposta era chegar mesmo aos 21 metros.

"Estou triste, mas em paz, porque sabemos que foi isso que ambicionámos e tentámos chegar aos 21 metros para passar à final, não aconteceu, só resta pedir desculpa aos portugueses por não conseguir em termos de performance demonstrar a garra portuguesa, mas, por outro lado, espero que não vivamos só de performances e medalhas, mas que os portugueses consigam também ver a minha maneira de ver o desporto”, concluiu o lançador do Benfica.

O melhor resultado luso no concurso masculino do lançamento do peso em Jogos Olímpicos continua a ser o 15.º lugar alcançado por Marco Fortes, em Londres2012.