A australiana Jessica Fox sobressaiu no slalom de Paris2024, conquistando uma inédita ‘dobradinha’ com o ouro em K1 e C1, tornando-se na mais medalhada da história nesta especialidade da canoagem que também coroou a sua irmã Noemie.
Jessica, de 30 anos, nascida em Marselha, tem agora seis pódios olímpicos, sendo bicampeã em C1 e campeã em K1, no qual foi ainda prata em Londres2012 e bronze no Rio2016 e Toquio2020, superando o francês Tony Estanguet, presidente do comité organizador destes Jogos Olímpicos, com três títulos em C1.
“Nunca pensei em quebrar este recorde que parecia inatingível ou até mesmo algo com que eu não poderia sonhar. Estes foram Jogos de muito sucesso e sê-lo-iam com apenas uma medalha. Foi simplesmente mágico. Também estou muito orgulhosa, como mulher, por mostrar às meninas que tudo é possível”, disse a detentora de 10 títulos mundiais individuais.
Física e moralmente “exausta”, falhou somente a derradeira final, a da novidade olímpica kayak-cross (KX1), eliminada em ronda vencida pela sua irmã Noemeie, que, como num conto de fadas, se tornou na primeira campeã olímpica desta variante.
Numa final emotiva de uma disciplina em que quatro canoístas saltam juntos de uma plataforma e têm de fazer algumas ‘acrobacias’ e ultrapassar boias, Noemie deu o pleno à família Fox – treinada pela mãe de ambas -, enquanto a prata foi para a francesa Angèle Hug e o bronze para a inglesa Kimberley Woods, que já tinha conseguido o mesmo metal em K1.
O lendário Tony Estanguet, a maior referência mundial do slalom, campeão olímpico de C1 em Sydney2000, Atenas2004 e Londres2012, foi assim destronado do éden olímpico por Jessica Fox, ficando o gaulês com o consolo de ver o compatriota Nicolas Gestin prosseguir o seu legado em C1.
Em K1, surpresa pelo título do italiano Giovanni de Gennaro, que se impôs ao francês Titouan Castryck e ao espanhol Pau Echaniz, enquanto o inglês super-favorito Joe Clarke, campeão do mundo em título e ouro no Rio2016, foi apenas quinto, quando tinha sido o mais rápido nas meias-finais.
Vice-campeão do Mundo em 2022, de Gennaro, de 32 anos, tinha sido sétimo no Rio2016 e somente 14.ª há três anos, em Tóquio2020.
O britânico Clarke recuperou o élan no kayak-cross, no qual foi medalha de prata numa prova em que o neozelandês Finn Butcher, vice-campeão do mundo em 2021, saiu disparado e liderou quase sempre.
Com o êxito das irmãs Fox, a Austrália dominou no slalom com três títulos, seguida da França com um ouro e duas pratas, e a Nova Zelândia com um triunfo.
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