Patrícia Sampaio, medalha de bronze no judo em Paris2024, mostrou-se hoje orgulhosa por representar a Sociedade Filarmónica Gualdim Pais, revelando que estar “num ambiente pequeno e acolhedor” é parte do segredo para o seu sucesso.
“É muito especial. Em Tóquio, foi muito especial ter sido a primeira atleta olímpica a representar um clube de Tomar. Só aí já foi história para a minha cidade. Agora, para além de ser história para a cidade, é história para o país”, reconheceu.
Aos 25 anos, a nova medalhada olímpica lusa fez, no rescaldo da conquista do bronze em -78kg, uma ode ao seu clube e à sua cidade.
“Eu gosto muito do sítio onde moro, gosto muito do clube onde estou. Claro que tento sempre treinar fora, no estrangeiro, tenho ajuda sempre de outros treinadores, outros treinadores nacionais ou de amigos, às vezes, onde eu tenho de treinar. E eu sou um pouco disso tudo. Mas tenho muito amor à camisola, muito amor ao meu clube. E tenho muito orgulho em representá-lo. Nós somos poucos, mas somos como uma família”, descreveu.
Essa família reuniu-se hoje para a ver “num grande ecrã” e esteve “lá a sofrer de longe”, contou aos jornalistas na zona mista da Arena Champ-de-Mars, em Paris.
“E isso é muito importante para mim, porque estou num ambiente pequeno e acolhedor e sinto-me em casa, sinto-me em família e isso para o meu sucesso, para a minha preparação também é importante. Eu sinto-me na minha zona de conforto quando estou lá”, confessou.
No seu discurso, Patrícia Sampaio não esqueceu duas pessoas, o treinador Marco Morais e o irmão Igor, muito interventivo desde as bancadas.
“Ouvi algumas coisas, mas de fora ouvi muito pouco. Acho que hoje estava mesmo… mesmo o Marco nem sempre eu ouço. Leio os lábios ou os gestos que ele faz com as mãos. Porque, às vezes, com aquela barulheira toda, por muito que queiramos, é difícil focar numa voz. Portanto, eu prefiro... Ele está perto, eu tenho confiança naquilo que ele está a dizer, olho e às vezes é só tipo um fixe, ou a mão assim, ou ‘faz isto’, ou ‘continua’”, explicou, enquanto gesticulava para exemplificar.
Se nem precisou de ouvir Marco Morais, bastando “ler a linguagem gestual”, a judoca tomarense conseguiu “ouvir de vez em quando” o irmão, com quem treina todos os dias, ao contrário do que aconteceu com Telma Monteiro ou Catarina Costa, que muito foram gritando pela colega nas bancadas.
Hoje, teve também o apoio de uma das melhores amigas, a também judoca Maria Siderot, além de outros olímpicos da modalidade, como Taís Pina e João Fernando, que abraçou na festa após vencer o combate que lhe valeu a medalha, numa festa que se estendeu à Missão portuguesa e também aos adeptos nacionais que estiveram na Arena Champ-de-Mars.
Patrícia Sampaio conquistou o bronze em -78 kg em Paris2024, ao bater a japonesa Rika Takayama por duplo waza-ari, alcançando a 29.ª medalha olímpica do desporto português, a primeira na presente edição dos Jogos.
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