O Comité Olímpico Internacional (COI) foi tranquilizado pelas autoridades francesas relativamente aos transportes de Paris2024, que ainda assim constituem um “desafio”, reconheceu o diretor executivo do organismo para os Jogos Olímpicos.
“Revimos, com os nossos especialistas e com todos os agentes envolvidos, os planos de transportes. […] É uma operação extremamente complexa, estamos todos de acordo quanto a isso”, declarou Christophe Dubi, em conferência de imprensa, em Paris, onde a Comissão Executiva do COI está reunida desde quarta-feira.
Há uma semana, a autarca da capital francesa, Anne Hidalgo, admitiu que os transportes públicos de Paris não vão estar preparados para os Jogos Olímpicos, evocando um número e uma frequência insuficiente de comboios em alguns locais.
“No centro de Paris, temos uma concentração incrível de recintos em que, provavelmente, estarão meio milhão de pessoas por dia. É uma oportunidade extraordinária para mostrar como esta cidade é bonita, mas também um desafio em termos de transportes”, assumiu Dubi.
O diretor executivo do COI para os Jogos Olímpicos disse que a entidade saiu tranquilizada das conversas com os operadores de transportes franceses.
“Faltam sete, oito meses para os Jogos Olímpicos, pelo que ainda há trabalho a fazer”, acrescentou.
Outro dos temas que tem causado polémica nos últimos dias em França é o preço dos bilhetes de metro e autocarro, que vai praticamente duplicar (de 2,10 euros para 4) na capital francesa durante o verão de 2024, com vista a financiar os custos extra relacionados com Paris2024, agendado para entre 26 de julho e 11 de agosto.
O COI, contudo, demarcou-se dessa questão, lembrando que o preço dos bilhetes dos transportes é “um assunto decidido pelas autoridades locais”.
Dubi recordou que, há dois anos, foi acordado que seria revista a promessa inicialmente feita pelo presidente do Comité Organizador, Tony Estanguet, de que aqueles que comprassem bilhetes para os Jogos teriam garantidos transportes grátis em Paris.
“Há dois anos, revimos a política tarifária e a gratuidade deixou de estar assegurada”, completou.
O Comité Organizador tinha previsto financiar com os seus fundos o excedente ligado a essa gratuidade, mas renunciou a essa promessa para poder equilibrar as suas contas. Por outro lado, a região Île-de-France recusou-se a assumir as despesas extra originadas pelo aumento da oferta de metros e autocarros prevista para os Jogos Olímpicos.
Christophe Dubi pronunciou-se ainda sobre as questões de segurança, num contexto de crescente tensão no mundo após a escalada do conflito entre Israel e o Hamas, e a onda de ameaças de bomba registas em França.
“A avaliação dos especialistas que participaram nos Jogos anteriores diz-nos que a integração de especialistas em segurança no contexto francês está bem feita. Já vimos que funciona bem durante o recente Mundial de râguebi, o que nos dá garantias”, concluiu.
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