O presidente do Comité Olímpico de Portugal (COP) lamentou hoje o cancelamento do voo que impediu parte da missão de iniciar a viagem para o Japão, esperando que essas dificuldades logísticas não tenham impacto negativo nos atletas.
“Não ajudam. Sobretudo porque criam elevado grau de impaciência, incerteza, cansaço. Espero que até lá estes acontecimentos não afetem o que vai ser o rendimento da Missão. Mas não ajuda”, assumiu José Manuel Constantino, em declarações à Lusa.
A greve da Groundforce cancelou vários voos durante a manhã no aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, deixando em terra a equipa de andebol, ténis e skate, além de quatro elementos do COP destacados para Tóquio2020.
“Fomos avisados de madrugada que o voo seria cancelado, mas deram-nos garantias de que seriam encontradas soluções alternativas. Assim foi. Uma escala em Amesterdão até Paris e daí direto para Tóquio. E outra por Londres. Mandámos as pessoas para o aeroporto, iniciámos o ‘check-in’ e quando a primeira pessoa ia meter a mala, o voo foi cancelado…”, relatou.
Constantino referiu que a partir daí “todas as ligações na Europa foram canceladas” e que o COP “não recebeu garantias” de que os seus elementos poderiam seguir viagem hoje, domingo ou até mesmo segunda-feira, pelo que a opção foi “alugar um charter”.
“Aí surgiu outra dificuldade, a impossibilidade de aterrar em Lisboa. Apenas em Faro. Assim tivemos de deslocar toda a Missão em autocarro desde Lisboa. Cerca das 17:00, voa para Paris e às 23:00 seguem para Tóquio. Assim espero”, desejou.
Esta alteração de voos implicou uma nova questão logística, a de testar novamente nove pessoas da comitiva, excetuando o andebol, à covid-19, para que o exame fosse válido à chegada ao Japão, uma vez que a aterragem em solo nipónico será realizada depois do previsto.
Resolvida esta questão, agora é tempo de encontrar alternativas para quem tem previsto partir no domingo, tal como quem vai na segunda e terça-feira, “caso os efeitos da greve persistam”.
José Manuel Constantino recordou que tem dito a todos os membros da Missão que “têm de estar preparados para um conjunto de acontecimentos e ocorrências pouco habituais”, contudo admitiu que não esperava este tipo de dificuldades, somente as decorrentes dos Jogos.
“Isto é tão complicado quanto o apuramento olímpico. E vamos ver se fica por aqui e não somos surpreendidos com mais situações”, ironizou o dirigente.
Hoje é o primeiro dia da greve convocada pelo Sindicato dos Técnicos de Handling de Aeroportos (STHA), como protesto pela “situação de instabilidade insustentável, no que concerne ao pagamento pontual dos salários e outras componentes pecuniárias” que os trabalhadores da Groundforce enfrentam desde fevereiro de 2021.
A paralisação vai prolongar-se pelos dias 18 e 31 de julho, 01 e 02 de agosto: a paralisação abrange os trabalhadores da SPdH (Groundforce) de Lisboa, Porto, Faro, Funchal e Porto Santo e que decorrerá das 00:00 do dia 17 às 24:00 do dia 18 de julho de 2021 e das 00:00 do dia 31 de julho às 24:00 do dia 02 de agosto de 2021.
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