A futebolista internacional norte-americana Megan Rapinoe garantiu na sexta-feira que os atletas não serão silenciados, em reação às regras impostas pelo Comité Olímpico Internacional (COI) para os Jogos de Tóquio2020.
“Estamos a fazer muito em relação aos protestos. Estamos a fazer pouco em relação à razão pela qual protestamos. Não seremos silenciados”, disse a futebolista, vencedora da Bola de Ouro de 2019, depois de se sagrar campeã mundial com os Estados Unidos.
Numa mensagem publicada no Instagram, Rapinoe ilustra o texto com cinco punhos a atravessarem os anéis olímpicos e escreve: “joelhos dobrados”, “gestos com as mãos” e “sinais”, em alusão a protestos.
A reação da futebolista, de 34 anos, reconhecida pela posição feminista e de igualdade, surge após a indicação dada na quinta-feira pelo COI de que não serão permitidas manifestações políticas em Tóquio.
Entre os comportamentos proibidos estão gestos com as mãos que tenham significado político, o desrespeito por cerimónias de entrega de medalhas ou ajoelhar-se durante o hino.
Numa reunião ocorrida na quinta-feira entre a direção do COI e uma comissão de atletas, as duas partes acordaram num novo documento, que tem como base a Regra 50 da Carta Olímpica, que proíbe quaisquer manifestações no campo desportivo.
Estão proibidas opiniões políticas durante as competições, na aldeia olímpica, durante as cerimónias de abertura ou de encerramento, ou nos pódios, embora o possam fazer através da imprensa, em conferências ou na zona mista.
Um dos gestos mais célebres em Jogos Olímpicos pertenceu aos norte-americanos Tommie Smith e John Carlos, que no México1968 ergueram os punhos na cerimónia de medalhas, em protesto contra a discriminação racial nos Estados Unidos.
Rapinoe, que luta igualmente contra o racismo e pela igualdade de género, seguiu o movimento lançado em 2016 pelo ‘quarterback’ Colin Kaepernick, que se ajoelhou ao ouvir o hino, em protesto contra a violência policial sobre os negros nos Estados Unidos.
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