A atleta portuguesa de boccia Cristina Gonçalves, que conquistou a medalha de ouro na categoria feminina de BC2 nos Jogos Paralímpicos Paris2024, chegou hoje a Lisboa com uma “sensação extraordinária” após trabalho de quatro anos.
“É maravilhoso, uma sensação extraordinária. É o trabalho de quatro anos, com muita ajuda do treinador, da assistente e de todos em geral na seleção nacional”, expressou Cristina Gonçalves, que chegou ao aeroporto Humberto Delgado de medalha ao peito.
Recebida por dezenas de pessoas, nomeadamente da Associação de Paralisia Cerebral de Lisboa (APCL), cujas instalações a recebem há mais de 20 anos, Cristina Gonçalves mostrou, desde o primeiro momento, a sua felicidade pela receção no aeroporto, com a atleta a dizer o que a levou a vencer a quarta medalha, a primeira a título individual.
“É ter força e nunca desistir. É lutar até ao fim, e nós conseguimos. Temos de lutar até ao fim”, reforçou, perante os aplausos e os gritos dos seus amigos, igualmente felizes.
Cristina Gonçalves, de 46 anos, arrebatou a medalha de ouro na prova feminina BC2 de boccia no domingo, a sua primeira a nível individual depois das medalhas de ouro, em Atenas2004, prata, em Pequim2008, e bronze, no Rio2016, todas em equipa BC1/BC2.
Consigo, também chegou André Ramos, quinto classificado na prova masculina e que também participou na competição coletiva com Cristina Gonçalves, para além de David Araújo, embora com duas derrotas na fase de grupos a ditarem a eliminação precoce.
O treinador Hélder Bruno, que acompanha Cristina Gonçalves “há cerca de 20 anos” e assumiu o cargo de técnico principal há oito, também marcou presença na chegada da sua pupila e destacou as principais qualidades que a levam à conquista dos resultados.
“A Cristina é uma atleta lutadora, está sempre concentrada em termos competitivos. É muito simples em termos de trabalho. Após um ano muito exigente, conseguiu atingir os objetivos propostos”, frisou, apontando ainda a motivação com que se encontrava.
Sobre o próximo ciclo olímpico, rumo a Los Angeles 2028, Cristina Gonçalves sublinhou que “agora é desfrutar, mas é para continuar”, algo que é corroborado pelo treinador.
“Penso que a Cristina, depois deste resultado excelente, tem todas as possibilidades de continuar a proporcionar resultados importantes para ela e para o país”, considerou.
Em Paris2024, Portugal contabiliza seis medalhas: duas de ouro, de Cristina Gonçalves e do atleta Miguel Monteiro (lançamento do peso F40), uma de prata, do atleta Sandro Baessa (1.500 metros T20), e três de bronze, do nadador Diogo Cancela (200 metros estilos SM8), do ciclista Luís Costa (contrarrelógio H5) e do judoca Djibrilo Iafa (-73kg J1).
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