A capitã da seleção portuguesa feminina de andebol, Bebiana Sabino, revelou o objetivo de mostrar a “evolução” do andebol feminino português, que considera ter “capacidade e qualidade” para “estar e manter-se” nas grandes competições como o Europeu.

“O objetivo é mostrar que o andebol feminino português está a evoluir e que tem capacidade e qualidade para estar lá e para se manter nestas grandes competições”, afirmou Bebiana Sabino em entrevista à Agência Lusa, evidenciando ainda a ambição de tentar “fazer algo melhor do que no passado”.

16 anos depois da primeira e única participação, Portugal volta a competir num Europeu, prova que vai realizar-se entre 28 de novembro e 15 de dezembro, na Áustria, Hungria e Suíça, e na qual as lusas estão inseridas no Grupo C da ronda preliminar.

A estreia será frente à congénere espanhola (dia 28, 17:00), seguindo-se os embates diante das seleções da Polónia (dia 30, 14:30) e de França (dia 02 de dezembro, 19:30), num agrupamento que será disputado na cidade helvética de Basileia.

Aos 38 anos, Bebiana Sabino é a mais experiente jogadora entre as 17 jogadoras lusas, contabilizando 241 golos em 145 internacionalizações, e uma das mais velhas jogadoras em toda a competição, mas nem por isso deixa de assumir alguma “ansiedade”.

“Vamos para algo que é desconhecido para todas, certamente com alguns ‘inputs’ de outros atletas do que irá acontecer, mas experienciar pela primeira vez será diferente e uma novidade. Estamos ansiosas por sentir o pulso à competição”, destacou a capitã portuguesa.

“Quando vamos defrontar seleções que estão extremamente rotinadas neste tipo de competições, para elas é só mais um jogo internacional, mas para nós são os três grandes jogos internacionais pelos quais lutámos nos últimos anos”, afirmou.

Sobre o grupo, a atleta do Colégio de Gaia destacou a França – que considera “das melhores seleções do Mundo e candidata a ganhar o Europeu” –, as “mais valias individuais” da Espanha e o “plantel mais equilibrado” da Polónia.

Todavia, e garantindo também “a luta e o trabalho para encurtar as diferenças”, a pivô asseverou que a participação lusa também terá um forte impacto interno.

“Temos de olhar mais para nós do que para o que podem ser os resultados. Claro que, para fora, o que fica são os resultados, mas estamos a crescer e a cimentar o que é o andebol português e temos que olhar internamente, nomeadamente na nossa melhoria de jogo”, disse.

Além disso, acrescentou também, ainda espera a presença lusa na competição se repercuta a nível nacional.

“Espero que tenha um grande impacto no andebol feminino em Portugal e que, ao ver uma seleção sénior num grande palco, mais meninas olhem para as suas referências e que em Portugal também queiram alcançar este patamar”, salientou Bebiana Sabino, que revelou que competir no Europeu “é um sonho tornado realidade” que quer “desfrutar ao máximo”.

A ideia foi corroborada por Ana Carolina Silva, que espera "desfrutar muito", porque não sabe se voltará "a viver esta oportunidade", e que está confiante de que a seleção portuguesa "vai realizar um bom trabalho".

Tal como a capitã, também a lateral lusa, que alinha no campeonato espanhol, evidenciou o desejo de impactar o andebol feminino em Portugal.

"Temos de mostrar que o andebol feminino em Portugal tem valor e que o desporto feminino merece mesmo ser respeitado. É uma luta para além da competição dentro das quatro linhas e é uma oportunidade muito grande para mostrarmos que o andebol feminino em Portugal está a crescer", asseverou.

Portugal, que tinha sido 16.º classificado em 2008, no Montenegro, na sua única participação até hoje em fases finais, apurou-se para o Campeonato da Europa após o inédito alargamento para 24 equipas, sendo o terceiro melhor classificado no conjunto dos terceiros classificados da fase de qualificação.