O presidente da Federação de Andebol de Portugal (FAP), Miguel Laranjeiro, destacou hoje a união das principais modalidades de pavilhão, que hoje anunciaram, em conjunto, o fim das respetivas competições, devido à pandemia de covid-19.
As competições nacionais de andebol, basquetebol, hóquei em patins e voleibol foram hoje canceladas pelas respetivas federações, seguindo o desfecho decidido para o futsal, em 08 de abril, pela Federação Portuguesa de Futebol (FPF).
"Este consenso surge com naturalidade e tem em si mesmo uma mensagem de união do desporto num momento em que a palavra união é tão importante no país e no mundo. Ter o desporto ‘indoor' a pensar e agir da mesma forma é a melhor homenagem que podemos prestar ao desporto nacional", afirmou Miguel Laranjeiro, em declarações reproduzidas no site oficial da FAP.
O responsável federativo admitiu que o hiato de competição estava a causar "desconforto e impaciência", salientando, contudo, que o organismo que lidera só poderia "tomar decisões fundamentadas em factos objetivos", até porque "entre a preparação e a competição" seriam necessários "dois meses para terminar a prova".
"Pela especificidade da nossa modalidade que não é comparável a nenhuma outra na componente do contacto físico, só agora ficou claro que não podemos usar o mês de maio para preparar a competição e o de junho para competir", referiu Laranjeiro.
Além de ter sido decretado que não serão atribuídos títulos de campeão esta época, foi também decidido que não haverá descidas de divisão. Contudo, as promoções serão uma realidade, sendo considerada "uma solução que acima de tudo garantisse um mínimo de integridade".
"Não seria justo despromover equipas que tinham esperanças em alcançar a manutenção, assim como seria injusto gorar as expectativas de quem jogou seis ou sete meses acreditando que conseguiria a ascensão à divisão superior", observou.
Miguel Laranjeiro elogiou ainda o "acompanhamento muito próximo" que o Governo tem feito às modalidades e sublinhou a importância do Estado na recuperação do desporto, face à crise mundial despoletada pelo novo coronavírus.
"Seria completamente errado que o país, na saída desta situação, deixasse para trás o Desporto. Espero que isso não aconteça, porque todos os intervenientes têm uma grande responsabilidade na forma como vamos sair desta realidade", vincou.
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 217 mil mortos e infetou mais de 3,1 milhões de pessoas em 193 países e territórios. Perto de 860 mil doentes foram considerados curados.
Em Portugal, morreram 973 pessoas das 24.505 confirmadas como infetadas, e há 1.470 casos recuperados, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
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