O Movimento dos Amigos da Ria de Aveiro (MARIA) insurgiu-se na passada quinta-feira, em comunicado, contra a exclusão dos ancoradouros dos clubes náuticos das operações de dragagem.
De acordo com aquele movimento, que foi recebido em videoaudiência pela secretária de Estado do Ambiente, a governante revelou que o desassoreamento da Ria vai alargar-se à pesca, mas ficam excluídos os cais das associações e clubes náuticos.
Inês Santos Costa referiu que 22 cais públicos da pesca profissional na Ria de Aveiro vão ser desassoreados e reabilitados, no âmbito de uma candidatura ao Programa Operacional de Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos (POSEUR), apresentada conjuntamente pela sociedade Polis Ria de Aveiro e a Comunidade intermunicipal da Região de Aveiro (CIRA).
No âmbito dessa candidatura, vão ser reabilitados seis cais públicos, (ancoradouros ou marinas da pesca) em Ovar, sete em Estarreja, cinco na Murtosa, três em Ílhavo e um em Vagos.
De fora deste plano, vão ficar as marinas dos clubes e associações náuticas, por se considerar que estas infraestruturas são tuteladas por entidades privadas e que, por isso, não podem ser abrangidas ou beneficiadas por investimentos no quadro do POSEUR.
“O Movimento de Amigos da Ria de Aveiro considera que a exclusão da limpeza e reposição de fundos nos locais onde estão instaladas as marinas e ancoradouros dos clubes e associações náuticas é um erro, considerando que as dinâmicas de sedimentação e limpeza da Ria não podem ser vistas parcelarmente, dividindo um território entre os diferentes utilizadores”.
O MARIA lembra que pertencem ao domínio público marítimo as áreas ocupadas pelos clubes náuticos, mediante concessão ou aluguer, sendo pagas taxas e impostos, e não podem ser responsabilizados agora por “algo que acontece há décadas por incúria do próprio Estado”.
“Os clubes e associações cumprem um papel inestimável junto das comunidades onde estão inseridos, nomeadamente, através do fomento do desporto náutico, ensino e formação nas artes de marear e ocupação de tempos livres” salienta o MARIA.
O movimento dá como exemplo, a participação em provas e campeonatos europeus e mundiais, de Nuno Barreto e Renato Conde, “atletas de alta competição que representaram e representam Portugal, respetivamente, nos Jogos Olímpicos e na mais prestigiada prova de vela do mundo, a American Cup”.
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