O governo de Itália aprovou hoje um decreto que concede mais autonomia ao Comité Olímpico Italiano (CONI) de forma a evitar eventuais suspensões do Comité Olímpico Internacional (COI) devido a ingerência política no organismo.
A aprovação do decreto foi um dos últimos atos do governo liderado por Giuseppe Conte, que hoje deve apresentar a sua demissão devido à falta de apoio à sua coligação parlamentar, após a crise provocada pelo abandono do partido Itália Viva, de Matteo Renzi.
O decreto foi aprovado um dia da reunião do comité executivo do COI na qual deveria ser analisada uma possível sanção ao comité nacional italiano, devido à ingerência do governo na gestão do CONI, que poderia afetar a participação dos atletas transalpinos nos Jogos Olímpicos Tóquio2020.
“O documento contém regulamentações que dão autonomia ao nosso comité”, afirmou o ministro do Desporto, Vincenzo Spadafora, acrescentando: “a decisão de hoje afasta todas as dúvidas e resolve a questão da independência do CONI”.
A possível ingerência questionada pelo COI está relacionada com a criação, pelo governo italiano, de um organismo denominado Sport e Salute para administrar o dinheiro disponibilizado ao desporto, que antes de 2019 era gerido por uma estrutura do CONI.
O presidente do COI, Thomas Bach, que já foi informado do decreto aprovado hoje, escreveu duas cartas ao primeiro ministro italiano advertindo que as mudanças impostas não permitem que o CONI desempenhe plenamente as suas funções e opere de acordo com a carta olímpica.
Bach admitiu mesmo que a suposta interferência governamental poderia impedir os atletas do país competirem com os símbolos nacionais nos Jogos Olímpicos e ter influência na realização dos Jogos Olímpicos de Inverno2026, previstos para Milão e Cortina d’Ampezzo.
Comentários