Ricardo Machado, atual vice-presidente e responsável pelo alto rendimento da Federação Portuguesa de Canoagem (FPC), assumiu-se hoje como candidato à presidência do organismo, o primeiro a fazê-lo para o novo ciclo olímpico.
“Acredito que posso ser útil à modalidade à qual estou ligado desde os 10 anos. Com a minha ambição e trabalho, tal como o da minha equipa, continuar a laborar e lutar para elevar ainda mais o nível e reconhecimento da canoagem portuguesa”, resumiu, em declarações à Lusa.
Vítor Félix foi eleito presidente da FPC pela primeira vez em 2013, cumprindo atualmente o seu terceiro e último mandato, sem possibilidade de se recandidatar dada a limitação imposta pelo Regime Jurídico das Federações Desportivas.
O atual ‘vice’ Ricardo Machado assume uma decisão “muito ponderada” com quem lhe é próximo e motivada também pelos “muitos contactos e incentivos dos últimos meses oriundos dos diversos agentes da modalidade”, igualmente preocupados em “garantir a estabilidade” para que a canoagem “continue a crescer de forma sustentada”.
Ricardo Machado, que já foi atleta, treinador e presidente do CF Coimbra, pretende ser o garante de uma “continuidade do sucesso”, um dos motivos pelos quais prestará especial atenção à “renovação das diferentes equipas nacionais”, já que, recorda, “os resultados desportivos no alto rendimento são a marca diferenciadora desta federação”.
O alto rendimento será, por isso, “sempre prioritário” na sua proposta de liderança, para a qual apenas promete “trabalhar muito e defender de forma determinada e intransigente os interesses da modalidade”.
O agora candidato à presidência chegou à FPC nos elencos liderados por Mário Santos e, posteriormente, continuou com Vitor Félix, que, não se pode recandidatar e sobre o qual Machado assume que no “trabalho de referência” da FPC nos últimos anos houve também “erros e coisas a melhorar”.
“Nada é perfeito. Cometemos erros e, possivelmente, tomei decisões que não se terão revelado as melhores, mas só não erra quem não trabalha, quem não decide. E não tenho medo de decidir. As pessoas conhecem-me bem e sabem que o faço sempre pensando no que é o melhor para a canoagem”, vincou.
O dirigente pretende aperfeiçoar “a comunicação da FPC e das equipas técnicas nacionais com os clubes”, que considera serem a “alma” da canoagem, na qual os atletas são o “maior ativo e riqueza”.
Persistirá na filosofia de “fazer muito com pouco”, apesar de reivindicar mais apoios à tutela, bem como a aposta nos organismos internacionais para continuar a trazer para Portugal “as maiores competições europeias e mundiais”.
Deixando para “momento mais oportuno” a constituição dos diversos órgãos sociais, apenas revela que “será uma equipa bastante renovada” e que Mário Santos, antigo presidente da FPC, chefe de Missão de Portugal aos Jogos Olímpicos Londres2012 e agora diretor das modalidades do FC Porto, vai ser o mandatário da sua candidatura, subscrita pelo atual e antigos líderes da federação.
De igual forma, a antiga atleta finalista olímpica e professora universitária Beatriz Gomes é a candidata a presidir a Mesa da Assembleia Geral da sua lista, que tem como um dos lemas "orgulho no passado e olhos no futuro".
A comissão de honra integra antigos dirigentes, atletas olímpicos e, destaca, José Garcia, que foi vice-presidente nos mandatos de Mário Santos e chefe da Missão de Portugal aos Jogos Olímpicos Rio2016.
A canoagem portuguesa contabiliza duas medalhas olímpicas, a de prata em Londres2012, em K2 1.000 metros com Fernando Pimenta e Emanuel Silva, e o bronze em Tóquio2020 em K1 1.000 de Pimenta, este já com Ricardo Machado responsável pelo alto rendimento federativo.
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