O atleta Pedro Amaro demonstrou hoje satisfação com a vitória em estreia na corrida de São Silvestre do Porto, enquanto Mónica Silva afirmou que o público tornou o evento "espetacular", onde conseguiu um segundo triunfo, após 2019.
O corredor do Benfica elogiou o circuito, alterado face a edições anteriores devido às obras no metro do Porto, naquela que foi a reação ao primeiro contacto com a prova portuense, em que se estreou logo no topo do pódio.
"Eu gostei do percurso. Tem muitas subidas, mas também muitas descidas e, por isso, acaba por se tornar rápido. Foi a primeira vez que corri e senti-me muito bem, consegui ficar em primeiro", disse Amaro, que fez os 10 quilómetros em 30.06 minutos.
Quanto às condições atmosféricas, um assunto inevitável face às cheias que afetaram a cidade invicta nos últimos dias, o jovem de 20 anos acabou por desvalorizar uma possível dificuldade acrescida, afirmando que se sente confortável nesse registo.
"O piso não estava nas melhores condições, mas eu até gosto do tempo assim mais húmido. Costumo sentir-me bem nessas condições, eu gosto. É mais difícil, por exemplo, nas descidas e nas curvas mais apertadas, tem de se ter cuidado, mas tudo bem", afirmou.
Relativamente a objetivos para 2023, Pedro Amaro sublinhou que o mais importante é "ajudar o clube [Benfica] nas competições em que pretender e precisar", mas, em termos individuais, marcar presença nos europeus de pista coberta, em março, na Polónia, e "alcançar um bom resultado".
Por sua vez, Mónica Silva, que alcançou a meta em 35.20 minutos, apontou algumas dificuldades causadas pelas características da pista, mas realçou a envolvência que considera ser uma particularidade desta corrida.
"Custou-me no início, porque [o trajeto] é sempre a subir. Tentei gerir a corrida da melhor maneira. Tivemos sorte com o São Pedro, porque não choveu, o que nos ajudou, porque havia muita zona em paralelo escorregadio. A nível de público, estava espalhado por todo o percurso, foi espetacular, dá-nos uma força incrível", explicou a atleta do Salgueiros.
A corredora, que já tinha vencido em 2019, pelo Clube Desportivo São Salvador do Campo, falhou a última edição devido à maternidade, mostrou-se "muito feliz" pelo regresso bem-sucedido.
"Geri a corrida e o meu esforço e deu para vencer, o que foi ótimo. Ganhei em 2019, entretanto fui mãe e estou de regresso. Foi ótimo, maravilhoso. [...] O que eu queria era tirar uma vitória, a segunda vitória [após 2019], foi esse o meu objetivo da vinda aqui e estou muito feliz. Consegui mostrar que sou capaz", afirmou.
Apesar do agrado pelo desenlace da corrida, Mónica Silva reconhece que o clima foi um obstáculo, impedindo-a de fazer um tempo ainda mais positivo.
"[As condições climatéricas] afetaram, porque tivemos de ter muita cautela durante o percurso, apanhámos muito paralelo, estava mal em algumas zonas e tive de gerir um bocado a minha corrida. Tinha descidas a pique... Mas, a nível de percurso, gostei muito", constatou.
A próxima meta no retorno da corredora, num futuro imediato, passa por atingir os mínimos olímpicos na Maratona, de forma a estar presente em Paris2024.
O secretário de Estado da Juventude e do Desporto, João Paulo Correia, foi uma notável presença no evento e, em declarações à Lusa, destacou a importância da corrida no panorama nacional da modalidade, a evolução que o atletismo tem tido, no período pós-confinamento, e como pode ser um fator para "aumentar os índices de atividade física do país".
"Esta é uma das mais importantes corridas São Silvestre. Já vai na 28.ª edição, é uma prova que vai, ano a ano, trazendo cada vez mais adeptos para a modalidade do atletismo, mas também promove a atividade física e o desporto de competição. O ano de 2022 é histórico para o atletismo, a federação anunciou que atingiu um número recorde de atletas federados. Isso diz bem que, sendo uma altura de recuperação após os anos mais impactantes da pandemia, estamos a conseguir fazer a recuperação, comparando com o ano pré-pandémico de 2019", explicou.
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