A época de 2021/2022 foi absolutamente histórica para o basquetebol português e à custa de Neemias Queta, que cumpriu o sonho de ser o primeiro jogador luso a jogar na NBA. 29 de julho de 2021 ficará assim na memória de todos os apaixonados pela modalidade: nesse dia, o basquetebolista foi eleito pelos Sacramento Kings, no 39.º lugar do 'draft, e assegurou um 'lugar inédito' na competição mais importante do basquetebol mundial.
Neemias Queta não aparecem todos os dias, assim como Cristianos Ronaldos e Messis. O profissionalismo e o alto nível estão apenas ao alcance dos mais dotados, ainda por cima numa modalidade como o basquetebol que em Portugal não tem grande expressão a nível competitivo. Há no entanto quem se propõe a trazer algo de novo e a quebrar com os paradigmas existentes, e foi assim que nasceu a MVP Academy.
"Se acabarem a universidade e conseguirem ser jogadores profissionais de basquetebol, nós ficamos muito contentes. Mas se eles prosseguirem outra carreira, o nosso trabalho enquanto Academia já foi feito". Esta frase de Nuno Tavares, diretor técnico da Academia, traduz bem o sentimento e o propósito deste projeto que nasceu em 19/20 em Rio Maior, mas que começou a dar os primeiros passos em 2008, com uma série de eventos de basquetebol durante as férias. Com o 'know-how adquirido', o próximo passo passou pela criação da Academia.
"A partir de 2017 começámos a falar em Rio Maior com as diferentes entidades e com os diferentes parceiros para saber se era exequível criar uma Academia", começa por contar Nuno Tavares. A experiência adquirida no estrangeiro, enquanto treinador, acabou por ser o empurrão decisivo para o arranque de um projeto que se quer diferenciador.
"Eu fui treinador três anos nos Estados Unidos, um ano em Itália e mais um ano em Espanha. Fui para os EUA em 2006 e a informação que fui retendo nas minhas diferentes experiências de vida, nos países em que trabalhei, acabaram por me impulsionar para a criação da Academia", recorda.
Conciliar o ensino com o estudo
O também treinador da Academia MVP tem uma visão crítica sobre o sistema desportivo em Portugal, já que considera que o modelo impede que os atletas possam atingir todas as suas potencialidades. "Os horários escolares no nosso país são muito pesados, o que faz com que se atire o desporto para horas muito tardias, o que é muito penalizador para os nossos atletas. A minha ideia era provar o conceito de que um atleta, entre a idade do secundário (10.º e 12.º), pudesse ter o dia a dia de uma estrutura profissional e de alto rendimento, treinasse três vezes por dia mas que ao mesmo tempo pudesse ter êxito académico", explica.
À procura do próximo Neemias?
Neemias Queta representa hoje o topo do basquetebol português, e Nuno Tavares não esconde que seria especial ver um aluno da Academia chegar a um patamar tão alto, apesar de relembrar que o poste de 22 anos tem características muito particulares. "Não acho que seja impossível, mas o Neemias tem características que muito pouca gente tem em Portugal, e que fizeram com que chegasse à NBA. Em termos físicos, ele é um verdadeiro atleta (213 centímetros e 112 kg.)", destaca.
"O Neemias quando acabou o trajeto na universidade se deixasse de jogar basquetebol no dia a seguir sabia que em termos académicos e profissionais tinha um curso que o ia ajudar a entrar no mercado de trabalho"
O percurso de Neemias Queta tem sido naturalmente uma história de sucesso, mas o diretor técnico da Academia prefere destacar o que na sua visão é o fundamental. "Ele quando acabou o trajeto na universidade se deixasse de jogar basquetebol no dia a seguir sabia que em termos académicos e profissionais tinha um curso que o ia ajudar a entrar no mercado de trabalho. Esse é o nosso objetivo, que os atletas que saiam daqui consigam dar sequência ao trabalho académico que têm vindo a realizar. Se acabarem a universidade e conseguirem ser jogadores profissionais de basquetebol, nós ficamos muito contentes. Mas se eles prosseguirem outra carreira, o nosso trabalho enquanto Academia já foi feito", ressalva.
A Academia tem 30 atletas nos seus quadros: 22 masculinos e oito femininos. Sete atletas estrangeiros, um canadiano, um suíço, três angolanos, e dois cabo-verdianos. Dispõe ainda de quatro residências, três masculinas, com capacidade para 24 atletas, e uma feminina para 10 atletas.
Foi em Rio Maior que a Academia acabou por se estabelecer, numa cidade pequena, com nove mil habitantes, mas com cinco pavilhões de basquetebol num raio de 200 metros, Há também a ligação ao Rio Maior Basket, clube parceiro da Academia MVP.
"Para nós não fazia sentido vir para Rio Maior e criar um clube, quando aqui já existia um clube de pessoas muito competentes e que tinha a nossa visão. A ligação serve para que os nossos atletas possam fazer competição federada. A Academia é uma estrutura profissional que trabalha uma série de competências e o treino coletivo é feito com os nossos atletas da Academia, mais os atletas que já são do Rio Maior Basket. Essa ligação é perfeita, a adaptação é muito fácil e as coisas funcionam muito bem", elucida.
Os atletas que frequentam a Academia encontram-se ao abrigo do projeto UAARE (Unidade de Apoio ao Alto Rendimento na Escola), que tem por objetivo conciliar a atividade escolar com a prática desportiva de alunos/atletas do ensino secundário enquadrados no regime de alto rendimento.
O profissionalismo não é para todos
"Nós quando fazemos recrutamento de atletas nunca dizemos aos pais e aos atletas que eles vão ser profissionais", é este o conceito que o CEO do projeto pretende desmistificar, acrescentando que "dizer a um miúdo de 15 anos que vai ser profissional quando essa realidade pode estar a sete, oito anos é estar a mentir".
Nuno Tavares: "Dizer a um miúdo de 15 anos que vai ser profissional quando essa realidade pode estar a sete, oito anos é estar a mentir"
Mas como é que funciona o processo de recrutamento de atletas MVP Academy? "Na Páscoa nós fazíamos sempre um torneio internacional, um em Itália e outro em Espanha e convidamos atletas para participarem, que nós já conhecíamos do ano anterior. Nesse primeiro ano em 2019/20, com exceção de uma atleta, os outros 20 atletas eram todos provenientes de eventos nossos. No ano seguinte, começamos também a fazer recrutamento geral, a ver jogos pelo país, a conversar com treinadores e a percebermos quais os atletas que tinham o perfil para integrar a Academia", afirma Nuno Tavares.
Atração de atletas estrangeiros
Ao querer posicionar-se como uma Academia internacional, o raio de recrutamento passa naturalmente por captar atletas estrangeiros, um caminho que é feito com 'várias pedras no caminho', embora para um estrangeiro seja mais fácil compreender que vir para uma Academia é um investimento pessoal e não uma despesa. Isso ao contrário do que acontece em Portugal, em que o desporto ainda é visto como um luxo.
"Há muito a ideia de que o basquetebol tem de ser gratuito para todos e eu concordo até a um certo nível, mas depois não pode ser gratuito para todos, porque há toda uma estrutura profissional que tem que ter equilíbrio financeiro para poder trabalhar e os atletas percebem isso. Captar estrangeiros? Tentar convencer um atleta a deixar Itália, França e Espanha para vir para Portugal, à partida é uma tarefa bastante difícil, porque a competição interna não é a mesma de lá. Só que nós queremos ser uma Academia internacional e se o atleta souber que tem esta exposição internacional nós temos uma vantagem muito grande, porque a nossa Academia é bastante mais acessível em termos financeiros do que uma Academia fora do país", relembra.
Os esforços necessários para atingir a excelência
Num conceito em tudo semelhante ao sistema norte-americano, a Academia fornece as ferramentas adequadas aos atletas para que se possam adaptar a realidades distintas. "Quando eles vão para os Estados Unidos, a adaptação que eles têm de fazer é social e linguística. Acordar às seis da manhã para treinar, estar atento aos estudos, treinar a meio do dia, eles já estão habituados. Quanto mais atletas tiverem sucesso desportivo, melhor para nós e quanto mais jogarem a um nível alto, excelente. Quer dizer que o nosso trabalho também foi feito nesse sentido", sublinha o técnico.
Vasco Pais: "Acordar às seis da manhã para treinar, estar atento aos estudos, treinar a meio do dia, eles já estão habituados"
Vasco Pais é um dos treinadores da Academia. Depois de ter sido forçado a terminar a carreira de jogador no basquetebol devido a inúmeras lesões, deu os primeiros passos no treino aos 17 anos. Aos 21 anos passou a olhar para a profissão de uma forma mais séria, realizando um estágio com o atual treinador do V. Guimarães, Miguel Miranda. Foi nos Campos MVP que conheceu Nuno Tavares e em 2019 foi desafiado para ser treinador. "Nessa altura ainda não tinha terminado o meu curso na área de engenharia, mas senti que era uma oportunidade única e resolvi arriscar. Atirei-me de cabeça e cá estamos três anos depois, com o projeto em andamento e com melhorias todos os anos", começa por contar.
Evolução e crescimento é o que o técnico tem testemunhado nos atletas que frequentam a MVP Academy, e em jeito de brincadeira até acabou por desvalorizar o papel dos treinadores no crescimento dos atletas. "Nós até brincamos e costumamos dizer que mesmo que o nosso trabalho não tivesse qualidade, só o facto dos atletas treinarem o dobro ou o triplo do que habitualmente se treina em Portugal faz com que tenham sempre uma evolução desportiva interessante", destaca.
Mas muito mais do que no basquetebol é na componente humana que o técnico sente mais essa evolução. "O facto de terem de viver sozinhos, de terem de gerir o seu tempo na escola, de descanso, saberem o que é que têm de comer, terem de falar com os psicólogos sobre todos os assuntos, faz com eles cresçam mais rapidamente", destaca.
Os atletas que integram a Academia dispõem de acompanhamento por parte de uma nutricionista e de um psicólogo, com enfoque no bem-estar e performance.
Acordar às 6h e deitar às 21h30. Não é propriamente a rotina de uma adolescente normal, mas é este o modo de vida de um atleta da Academia, que tem de complementar os três treinos diários com a parte académica na Escola Secundária de Rio Maior. Vasco Pais reconhece que nos primeiros tempos "há um choque muito grande", no entanto os jovens, depois de adaptados ao processo, percebem que "aumentam a sua qualidade em tudo." Até na escola onde a média geral dos alunos está nos 15 valores.
A nível físico também há um crescimento exponencial. "Temos atletas cá que ganharam 15 quilos em dois anos, e são 15 quilos de massa magra e não massa gorda, porque precisam para aguentar o contacto, os esforços, e para terem uma melhor recuperação a nível energético. A alimentação faz com que descansem melhor, tenham melhor performance e recuperação", declara.
Vasco Pais: "Os atletas que poderão não enveredar pela área desportiva, utilizam a Academia para crescerem emocionalmente e socialmente porque não é fácil ser disciplinado o suficiente para se ir dormir às 21h30 todos os dias."
Apesar de Neemias Queta servir de inspiração, o trabalho do treinador passa por estabelecer objetivos de curto prazo, até porque nem todos os atletas estão capacitados ou interessados em fazer uma carreira desportiva a nível profissional.
"Tentamos fazer reuniões com os atletas para que eles possam ter a perceção do que se está a passar, em que eles percebem que a NBA está muito longe, a Liga está muito longe e depois temos de alcançar objetivos curtos para depois se pensar um pouco mais alto. Os atletas que poderão não enveredar pela área desportiva utilizam a Academia para crescerem emocionalmente e socialmente, porque não é fácil ser disciplinado o suficiente para se ir dormir às 21h30 todos os dias", disse, prosseguindo.
"Acima de tudo temos de formar pessoas primeiro, porque se conseguimos ser melhores pessoas conseguimos ser melhores jogadores. O compromisso não é só desportivo, mas também social, escolar. Se eu de hoje para amanhã me lesionar e não conseguir jogar mais, terei de ser na mesma um grande ser humano e conseguir fazer o meu caminho em outras áreas", explica.
Um sonho que se começa a realizar
Pedro Fortunato e Rita Antunes são dois nomes de jovens jogadores cujas histórias se entrecruzam. Foram os dois viver para Rio Maior à procura de um sonho. O destino quis que rumassem ao estrangeiro: um para Itália e outro para os Estados Unidos. A segurança na voz, personalidade e maturidade é algo que retive nas conversas com os dois.
Pedro Fortunato tem 18 anos e é natural de Ovar, uma cidade com grande tradição no basquetebol. Começou a jogar com nove anos e foi descoberto num dos Campos de Verão MVP em 2017. Um ano mais tarde foi convidado para se juntar à Academia. A oportunidade, essa, agarrou-a com as duas mãos. "Estavam a fazer um projeto e eu aceitei porque era o meu sonho e fi-lo sem pensar duas vezes", recorda, não esquecendo a maturidade e a experiência de vida que o ingresso na Academia lhe proporcionou.
"Estive dois anos na Academia, foi um trabalho muito importante, não só ao nível do basket, mas como experiência de vida. Tínhamos três treinos por dia e conciliar isso com aulas e estudos não é fácil. A organização a que somos obrigados foi muito importante e está a facilitar o meu dia a dia em Itália e a minha adaptação", disse.
Pedro Fortunato representa atualmente o Fabriano Basket, emblema profissional que milita na 'fortíssima' segunda divisão italiana A2, um nível bastante diferente da realidade competitiva em Portugal.
"Faço competição nos sub-19 e nos seniores. Nos sub-19 pensava que haveria maior diferença, se bem que a equipa de cá não é das melhores do país. No escalão sénior sim, é um basket bastante diferente. Tenho a oportunidade de treinar com uma equipa de A2, que é a segunda liga de Itália, e isso é incrível. Foi um choque, tive de crescer muito para jogar um bocadinho com eles", esclarece.
Apesar de ter deixado os amigos para trás em Ovar, o jovem de 18 anos garante que só vê "basquetebol à frente". "Nunca me custou muito e os meus amigos apoiam-me, apesar de ser um pouco estranho deixar tudo de um ano para o outro, mas vamos mantendo o contacto", explica.
Natural da Covilhã, Rita Antunes alimentou o sonho de poder jogar basquetebol a nível profissional a partir dos 14, 15 anos, depois de uma breve passagem pelo futebol. "Fui para o futebol porque o meu irmão jogava e o meu pai é enfermeiro do clube (ADE – Associação Desportiva da Estação). Foi com oito, nove anos que comecei no basquetebol, no futebol só jogava com rapazes e a minha mãe não gostava muito da ideia e como os jogos das duas modalidades coincidiam, acabei por escolher a que mais gostava", começa por contar.
Com um percurso no clube até aos 16 anos e presenças na seleção distrital, foram os campos MVP que lhe abriram as portas da Academia. "Em 2019, o Nuno Tavares contactou a minha mãe e falou-lhe da Academia e depois vim para Rio Maior, onde estive dois anos antes da mudança para os Estados Unidos", acrescenta.
Pedro Fortunato: Ter estado na Academia preparou-me para viver sozinho em Itália, sem problemas"
Já o destino fez com que Pedro Fortunato se mudasse para Itália, apesar do primeiro objetivo ter passado por uma candidatura a uma universidade norte-americana. "Iniciei o processo de tentar ter uma bolsa para ir para os Estados Unidos, juntamente com uma agência e com o Nuno. Foi muito complicado e as propostas que estava a receber não me estavam a satisfazer. Durante a pandemia, nos dois meses que estivemos parados, começámos a conversar sobre outras hipóteses, surgiu a opção Itália e resolvi aceitar", recorda.
Quanto à adaptação ao país em forma 'de bota', o jovem de 18 anos confessa que leva a "vida da mesma forma" em relação à realidade que tinha em Portugal. "As pessoas foram sempre simpáticas comigo. Ter estado na Academia preparou-me para viver aqui sozinho, sem problemas".
Os objetivos passam agora por ficar em Itália , subir o nível e prosseguir os estudos numa universidade local. "Quero ir para um sítio onde possa jogar e estudar, por isso estou a aprender o italiano", relata.
Ao contrário de Pedro Fortunato, a adaptação de Rita Antunes à MVP Academy não foi tão simples, mas as dificuldades não lhe colocaram um travão no sonho. "Sou muito ligada à família, amigos, sou muito ligada às pessoas. Estava longe de tudo e de todos, numa equipa nova, não conhecia ninguém e foi um pouco complicado. A partir do momento em que percebi que era ali que iria perseguir o meu sonho, as coisas tornaram-se mais fáceis", atirou.
No primeiro ano na Academia falou-se pela primeira vez da possibilidade da atleta se poder mudar para os Estados Unidos. Após ter passado no teste SAT (Scholastic Aptitude Test, em inglês), assinou com a Trinity University College no dia 31 de março de 2020. "Foi a que me cativou mais, pelo projeto", refere, antes de abordar a adaptação a Chicago e aos Estados Unidos, fazendo um paralelismo com a primeira mudança para Rio Maior.
"Parecia tudo um filme, todas as imagens que temos na cabeça correspondem. Rio Maior foi o nível zero antes de me mudar para aqui. Estava longe da família e dos amigos, mas continuava a falar português e a ter relação com os treinadores. Quando vim para aqui foi tudo novo: língua diferente, comida diferente, horários diferentes, são menos seis horas. Só tinha falado com o treinador ao telefone. Os primeiros tempos foram mais complicados, mas depois fiquei mais ambientada e agora estou dentro das rotinas. Torna-se tudo mais fácil", lembra.
A bagagem adquirida na MVP Academy fez com que a adaptação fosse natural, apesar das diferenças culturais e linguísticas que foi encontrar nos Estados Unidos. "A cultura é completamente diferente e a língua…tive inglês no secundário mas não é a mesma coisa. Nunca estamos habituados a falar uma língua diferente, 24/7, mesmo com aulas, mas com os amigos tornou-se tudo mais fácil", revela.
Já em termos Académicos, as coisas não podiam estar a correr da melhor forma. "No primeiro semestre fui para o quadro de honra com uma média de 3,9 em 4, chegámos aos quartos de final da conferência e ficámos a uma vitória de irmos aos nacionais. É o início de um processo de quatro anos e estamos no bom caminho em termos desportivos", afirma.
Rita Antunes: "Sinto que a Academia, não só em termos técnicos e táticos, deu-me toda uma bagagem psicológica, emocional, de organização de tempo e foco, porque nós quando temos pouco tempo temos de estar muito focados para concluir as tarefas ao longo do dia"
Nos EUA sentiu diferenças a nível da mentalidade competitiva, já que todos remam para o mesmo lado em prol de um propósito comum. "Senti que em Portugal nem todos estavam focados no mesmo objetivo, aqui sente-se que a equipa é mais coesa, que todos querem ganhar, o meu treinador tem muito essa mentalidade. Eu antes não gostava de defender, mas aprendi a conquistar o meu espaço, não só pela marcação de pontos. Se formos bons defensores vamos ter lugar em muitas equipas", disse.
O objetivo da atleta de 19 anos passa por acabar o curso de Psicologia e agarrar uma boa oportunidade enquanto profissional. "Não tenho preferência, quero ir para um clube que me faça crescer enquanto jogadora", revela.
Quando olha para trás, não esquece os ensinamentos da Academia que lhe vão ser úteis para o resto da vida. "Sinto que a Academia, não só em termos técnicos e táticos, deu-me toda uma bagagem psicológica, emocional, de organização de tempo e foco, porque nós quando temos pouco tempo temos de estar muito focados para concluir as tarefas ao longo do dia. Como tenho um horário muito preenchido, tenho de tomar as melhores decisões e isso só me vai ajudar para quando deixar de driblar a bola e abraçar o mercado de trabalho como psicóloga", termina.
Comentários