A seleção feminina portuguesa de basquetebol assegurou, pela primeira vez na sua história, o apuramento para o Campeonato Europeu, alcançando um marco que parecia há pouco tempo praticamente inalcançável. O próximo desafio é ainda mais exigente: passar à segunda fase da competição, que decorrerá em Atenas, depois de disputar o Grupo C em Brno, República Checa.

Portugal integra um grupo duro, com adversárias de renome. A estreia está marcada para 19 de junho frente à campeã europeia Bélgica, uma potência do basquetebol feminino, que ocupa o 6.º lugar no ranking mundial da FIBA, é a terceira seleção europeia e semifinalista dos Jogos Olímpicos de Paris 2024.

Na segunda jornada, a 20 de junho, as ‘linces’ portuguesas enfrentam a anfitriã República Checa, que figura na 9.ª posição europeia e 18.ª mundial, posicionando-se como um dos principais favoritos do grupo. Por fim, no dia 22, Portugal medirá forças com Montenegro, que, apesar de parecer o adversário teoricamente mais acessível, ocupa o 10.º lugar europeu e o 19.º mundial, não sendo de todo uma equipa fácil.

Apesar da diferença nas classificações — Portugal surge no 40.º lugar mundial e 20.º europeu —, a equipa portuguesa não parte derrotada. O selecionador Ricardo Vasconcelos e as jogadoras assumem com ambição que o objetivo principal é vencer, e que a presença no Eurobasket não basta: querem lutar para assegurar um dos dois primeiros lugares do grupo e garantir a passagem à fase final no Pireu, em Atenas.

Para enfrentar este desafio, o selecionador apostou numa base experiente, mantendo o núcleo duro das últimas qualificações, preferindo a continuidade em vez de arriscar com jogadoras mais jovens, algumas delas a jogar nas ligas universitárias dos Estados Unidos.

A fase de qualificação foi quase perfeita: Portugal sofreu apenas uma derrota — pesada, é certo — na casa da favorita Sérvia (71-37), uma das candidatas ao título europeu. No restante percurso, a seleção somou seis vitórias em cinco jogos, destacando os triunfos duplos sobre a Macedónia do Norte (65-52 em casa e 76-43 fora) e, crucialmente, as duas vitórias contra a Ucrânia, adversária direta no ranking europeu.

Particularmente marcante foi a vitória conseguida em Riga, terreno cedido à Ucrânia, por 65-52, seguida de um triunfo sofrido por 60-57 na quinta jornada. O apuramento acabou decidido na última ronda, com Portugal a bater a já qualificada Sérvia por 57-40, garantindo o melhor lugar entre os segundos classificados — uma classificação que valeu o passaporte para o Europeu.

Agora, em Brno, a seleção feminina portuguesa enfrenta o seu maior teste até ao momento no torneio. Apesar do favoritismo das adversárias, a equipa nacional quer continuar a surpreender e escrever mais uma página de sucesso no basquetebol luso.