O estatuto de Centro Continental de Ciclismo da União Ciclista Internacional (UCI) atribuído hoje ao Centro de Alto Rendimento (CAR) de Anadia é o reconhecimento do “trabalho feito de verdadeira excelência”, defendeu hoje o secretário de Estado da Juventude e Desporto.
João Paulo Rebelo manifestou-se "muito satisfeito e orgulhoso" pelo "reconhecimento" da UCI para com Anadia e Portugal, frisando que "há indiscutivelmente trabalho feito" em prol do ciclismo nacional na região do distrito de Aveiro.
"E trabalho feito de verdadeira excelência a nível mundial. Aliás, não fosse de excelência mundial, não teríamos aqui a Federação Internacional de Ciclismo, a UCI, a reconhecer este como um centro satélite do Centro Mundial de Ciclismo que há aqui na Europa, na Suíça", enfatizou o governante.
João Paulo Rebelo disse ainda que a criação em Anadia do centro satélite europeu "é absolutamente estratégica", porque é ali que treinam "os melhores".
"E, doravante, é aqui que virão treinar os melhores, não só da Europa, mas do mundo inteiro. E, como sabemos, no desporto há esta relação absolutamente fundamental que é sinérgica: os melhores acabam por exigir aos outros melhores que ainda sejam melhores e é isso que se pretende no desporto, sobretudo no desporto de alto rendimento, são os resultados de excelência", afirmou.
João Paulo Rebelo lembrou também e disse subscrever as palavras do Presidente da República, quando Marcelo Rebelo de Sousa afirma que "somos mesmo, quando queremos, quando nos aplicamos, quando trabalhamos, os melhores do mundo".
"Aqui, de facto, em Anadia, é isso que acontece. Este é o exemplo paradigmático de que em Portugal se fazem feitos ao melhor nível mundial, é um reconhecimento que está à vista de todos", acrescentou João Paulo Rebelo.
Intervindo numa cerimónia hoje realizada no Centro de Alto Rendimento - Velódromo Nacional de Sangalhos, David Lappartien, presidente da UCI, assinalou a "decisão unânime" da direção do organismo de criar o primeiro centro europeu em Anadia, frisando que até aqui existiam estruturas idênticas em todos os continentes, mas não na Europa.
Lappartien disse ainda que infraestruturas como o Velódromo Nacional, o novo Centro de Controle e Avaliação de Treino e as duas novas pistas olímpicas de Cross Country (XCO) e BMX Racing, hoje inauguradas, não existem "em nenhuma parte do mundo", exceto na Suíça, onde se situa o Centro Mundial de Ciclismo.
Delmino Pereira, presidente da Federação Portuguesa de Ciclismo, anunciou, por seu turno, que a estrutura federativa pretende "descentralizar" os seus serviços ao nível das seleções nacionais, que irão instalar-se no Velódromo Nacional: "O departamento técnico, a formação e organização de eventos vêm para este edifício", anunciou.
Já a presidente da autarquia de Anadia, Teresa Cardoso, assinalou que as infraestruturas dedicadas ao ciclismo ali existentes demonstram "a capacidade dos municípios em darem forma a estes grandes projetos".
Delmino Pereira pediu ao Governo um "reforço financeiro", para o ciclismo de pista "muito dispendioso" e para o BMX, "que tem poucos praticantes e precisa de ser dinamizado", enquanto a autarca Teresa Cardoso perguntou ao secretário de Estado "se mesmo em final de mandato, não existe algum saldo no orçamento para disponibilizar", tendo em vista os investimentos ainda necessários nos edifícios de apoio e acessos à pista de cross country, localizada nos arredores da Curia, e no apetrechamento do Centro de Controle e Avaliação de Treino.
"Não estamos de facto na melhor altura para esse tipo de coisas [pedidos de apoio], que seriam facilmente interpretadas como eleitoralismo", respondeu João Paulo Rebelo.
Aos jornalistas, o governante assinalou a "cautela" que manifestou na resposta aos pedidos de apoio, nomeadamente, ao equipamento necessário ao Centro de Controle e Avaliação de Treino, lembrando que o Governo está em final de legislatura.
"Nós estamos em final de mandato e portanto eu não me sinto particularmente legitimado para estar a comprometer necessariamente investimentos desta natureza", justificou João Paulo Rebelo, frisando que, "seguramente, o Instituto Português do Desporto e Juventude vai encontrar no seu orçamento do próximo ano forma de financiar esta ambição [de equipar o Centro de Avaliação]. Já cá está o hardware, falta o software", assinalou.
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