O ciclista belga Philippe Gilbert (Deceuninck Quick Step) repetiu vitória na Vuelta, ganhando hoje uma 'louca' tirada 'supersónica', marcada pelo vento e disputada a mais de 50,6 quilómetros por hora.
A vitória de Gilbert na 17.ª etapa junta-se à que tinha conseguido na 12.ª, o que faz dele um dos nomes em destaque nesta Volta a Espanha em bicicleta, que continua a ser liderada pelo esloveno Primoz Roglic (Jumbo Visma), agora com o colombiano Nairo Quintana (Movistar) em segundo.
Aos 37 anos, Gilbert é um dos melhores especialistas de corridas de um dia - já foi campeão do Mundo, já ganhou Paris-Roubaix, Liege-Bastogne-Liege, Volta a Flandres, Volta a Lombardia, Amstel Gold Race, por várias vezes.
Mesmo assim, considerou "histórica" esta 'maratona' de 219,6 quilómetros, entre Aranda de Duero e Guadalajara, que ganhou em 4:20.15 horas, 'estilhaçando' por completo o horário previsto, em mais de uma hora.
A etapa antevia-se calma e permitiu que a fuga definitiva se formasse com 26 ciclistas. Um deles era Nairo Quintana, sétimo da geral, mas com pergaminhos firmados.
O atraso de Quintana na geral obrigava a alguma gestão e houve mesmo alguma preocupação quando a fuga evoluiu para números 'complicados'. Roglic e os outros favoritos não tiveram outro remédio senão reagir forte, para só perderem 5.29 minutos, enquanto que o primeiro pelotão chegava a 18.56.
Quando a diferença entrou nos seis minutos, 'tocaram a rebate os sinos', da Jumbo Visma, UAE Team Emirates e Astana, 'esfrangalhando' por completo o pelotão, que se dividiu em grupos mais pequenos, chegando o atraso a ser de mais de meia hora.
"Hoje foi um dia histórico, com um 'crono' de 200 quilómetros. Em 17 anos de profissional, nunca tinha visto uma coisa assim, sempre ataques contínuos. Quinta-feira, vão doer-me muito as pernas e muita coisa pode acontecer (na etapa de montanha)", disse no final Gilbert, que assumidamente gosta de etapas ventosas.
Roglic passou mal, assume, mas garante que ainda há muito para batalhar até Madrid. Refere-se, nomeadamente, ao dia de quinta-feira, com a etapa para Becerril de la Sierra, na região de Madrid, com quatro montanhas de primeira: Navacerrada, La Morcuera (duas vezes) e Cotos, esta a 20 quilómetros da meta.
Com 2.24 minutos sobre Quintana, Roglic ainda comanda, ficando agora mais vulnerável à Movistar, que tem em terceiro o espanhol Alejandro Valverde (a 2.48 minutos).
O melhor dos portugueses foi Nelson Oliveira, da Movistar, que esteve na fuga e chegou em 19.º, a 51 segundos de Gilbert. Subiu 11 lugares na geral, para 51º, a 1:48.34 horas.
Ruben Guerreiro (Katusha) não esteve bem como nas etapas de montanha, entrando no pelotão a 23.36 minutos, em 100.º, e desceu na geral para 19.º, a 35.33. Para Roglic, perdeu quase tanto tempo como nas 16 tiradas anteriores.
Muito tempo perdido também para Nuno Bico (Burgos BH), atrasado 29.21 minutos, e Ricardo Vilela (Burgos BH), que conclui a 33.31. Na geral são, respetivamente, 157.º, a 4:32.53 horas, e 99.º, a 2:44.28.
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