A Federação Portuguesa de Ciclismo (FPC) abriu hoje as candidaturas para a concessão dos direitos de exploração da Volta a Portugal por oito anos, advogando-se no direito de impedir a participação de equipas que não representem o ‘novo ciclismo’.
No documento que elenca as condições gerais do concurso para a concessão da organização da Volta a Portugal por um período de oito anos, a partir de 2018, a FPC apresenta uma cláusula, incluída na “Reserva de Direitos”, que permite à entidade “impedir a participação de equipas na Volta a Portugal que não representem os valores do ‘novo ciclismo’”, ou seja, um ciclismo de “fomento e desenvolvimento, cada vez mais internacional, irrepreensível ao nível da ética desportiva”.
O concurso estipula que os interessados em adquirir os direitos da prova rainha do calendário nacional terão de pagar, anualmente, 450.00 euros (atualização anual indexada à inflação) à FPC, sendo obrigatória a apresentação de garantia financeira de montante igual a metade do preço anual, e que, para além da Volta a Portugal, terão de organizar a Volta a Portugal do Futuro e outra prova internacional de categoria igual ou superior a 2.2 da União Ciclista Internacional.
Na escolha do novo organizador, a entidade que tutela o ciclismo nacional vai privilegiar “um programa desportivo que seja capaz de estimular as equipas internacionais a participarem e ao mesmo tempo defenda os interesses das equipas e dos ciclistas nacionais”.
Assim, serão fatores preferenciais de seleção o enquadramento internacional da Volta numa lógica desportiva do ‘novo ciclismo’, a defesa do interesse e desenvolvimento do ciclismo nacional das equipas e dos ciclistas nacionais e a postura irrepreensível e colaboradora na luta antidoping, que inclui a imposição junto das equipas nacionais e ‘staff’ organizativo de regras de exclusão de elementos com postura pública e histórico de permissividade face ao doping e à fraude desportiva.
Considerar a tradição da Volta a Portugal, defender uma lógica de cobertura territorial e promover o ‘fair play’ e desportivismo são os outros vetores de seleção do projeto desportivo.
A apresentação do projeto comercial e respetivo modelo de viabilidade financeira dos eventos será fundamental para a escolha da entidade adjudicatária, assim como a demonstração, pelo candidato, de que possui experiência de sucesso na organização de eventos desportivos.
A 24 de novembro, em entrevista ao jornal desportivo A Bola, o presidente Delmino Pereira anunciou que a FPC não iria renovar o contrato com a Podium, atual organizadora da prova rainha do calendário nacional, e que iria definir um novo modelo de concessão para 2018.
As candidaturas podem ser apresentadas até 31 de março, com o novo organizador a ser conhecido até 30 de abril.
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