O ciclista português José Neves conquistou hoje a segunda edição do Grande Prémio Douro Internacional, conseguindo defender a amarela na quarta e última etapa, apesar de não ter qualquer companheiro da W52-FC Porto em prova.
Um dia depois de ter ficado como único representante dos ‘dragões’ na corrida, após os seus seis colegas serem afastados antes do início do contrarrelógio por estarem suspensos preventivamente pela Autoridade Antidopagem de Portugal (ADoP), Neves cometeu a proeza de defender sozinho a amarela, sagrando-se vencedor em Lamego.
Na última etapa, uma ligação de 148 quilómetros com partida e chegada a Lamego, ganha por César Fonte (Kelly-Simoldes-UDO), o antigo campeão nacional (2021) manteve os 15 segundos de vantagem que tinha para António Carvalho (Glassdrive-Q8-Anicolor), e garantiu a primeira vitória numa geral para a W52-FC Porto esta época.
Numa jornada com várias tentativas de fuga foi Fonte a impor-se, depois de atacar nos derradeiros quilómetros, cortando a meta em 03:49.20 horas.
O seu companheiro Luís Gomes foi segundo, a 28 segundos, o mesmo tempo cedido pelos espanhóis Jesus del Pino (Aviludo-Louletano-Loulé Concelho) e Delio Fernández (Atum General-Tavira-Maria Nova Hotel), respetivamente terceiro e quarto na tirada.
O experiente Fernández subiu ao terceiro lugar da geral, terminando a 30 segundos de Neves, que chegou integrado no primeiro pelotão.
No sábado, o ciclista de 26 anos, uma das grandes figuras da temporada passada no ciclismo nacional, ficou sozinho no GP Douro Internacional, depois de perder todos os companheiros devido à suspensão imposta pela AdoP.
Foram afastados Ricardo Vilela e José Gonçalves, além de quatro antigos vencedores da Volta a Portugal: João Rodrigues (2019), Rui Vinhas (2016), Ricardo Mestre (2011) e Joni Brandão, que ‘herdou’ a vitória na edição de 2018 depois da desclassificação, por doping, do também ‘dragão’ Raúl Alarcón.
Oito ciclistas e dois elementos do ‘staff’ da W52-FC Porto foram suspensos preventivamente na sexta-feira pela ADoP no âmbito da operação ‘Prova Limpa’, confirmou à agência Lusa fonte ligada ao processo.
Os corredores, assim como os membros do ‘staff’, estão suspensos preventivamente durante 120 dias, um período que pode ser prolongado “dada a complexidade do processo”.
Além dos ciclistas que alinhavam no GP Douro Internacional, a W52-FC Porto conta ainda nas suas fileiras com Amaro Antunes, três vezes vencedor e bicampeão em título da Volta (2021, 2020 e 2017), Samuel Caldeira, Daniel Mestre e Jorge Magalhães.
No final de abril, 10 corredores da W52-FC Porto foram constituídos arguidos e o diretor desportivo da equipa, Nuno Ribeiro, foi mesmo detido, assim como o seu adjunto, José Rodrigues, no decurso da operação ‘Prova Limpa’, a cargo Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) do Porto.
“A operação policial, envolvendo um total de cerca de 120 elementos provenientes da Diretoria do Norte e ainda das Diretorias do Centro e do Sul, da Unidade Nacional de Combate à Corrupção e dos Departamentos de Investigação Criminal de Braga, Vila Real e Guarda, contou ainda com a colaboração da ADoP (Autoridade Antidopagem de Portugal)”, detalhou a PJ, em 24 de abril.
A estrutura W52, ligada ao FC Porto há seis épocas, venceu as últimas nove edições da Volta a Portugal, mas os triunfos do seu corredor espanhol Raúl Alarcón, em 2017 e 2018, foram-lhe retirados também por “uso de métodos e/ou substâncias proibidas”.
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