Richard Freeman, o médico no centro da controvérsia do misterioso pacote entregue a Bradley Wiggins no Critério do Dauphiné de 2011, negou qualquer prática ilegal na Sky, reiterando que o ciclista britânico tomou um descongestionante legal.
Numa carta de nove páginas endereçada à comissão de Cultura, Media e Desporto do parlamento britânico, Richard Freeman, que falhou a audiência marcada para 01 de março por estar doente, reiterou que o pacote entregue a Wiggins durante o Critério do Dauphiné de 2011 continha o descongestionante legal Fluimucil, usado para tratar crises de asma.
No entanto, o clínico contrariou declarações de outros elementos da Sky, que diante da comissão parlamentar garantiram que a equipa sempre teve uma conduta médica escrita.
“Em 2011, nenhuma equipa tinha um regulamento médico escrito. Não era uma prática comum nas equipas desportivas naquele momento. No início de 2012, o doutor Steve Peters e eu introduzimos um protocolo básico de controlo dos medicamentos requisitados pela Federação Britânica de Ciclismo. Esse protótipo evoluiu para uma conduta médica escrita”, pode ler-se no comunicado de Freeman.
O médico britânico lamentou também não ter mantido os registos clínicos de Bradley Wiggins e de outros ciclistas da equipa.
“Aceito que seria desejável ter guardado os registos médicos. Arrependo-me de não o ter feito”, assumiu Freeman, que alegadamente terá visto o computador, onde guardava os dados relativos ao Critério do Dauphiné de 2011, roubado numas férias na Grécia em 2014.
Nas últimas semanas, a entrega de um pacote misterioso ao ciclista Bradley Wiggins, primeiro britânico a vencer o Tour (2012), durante o Critério do Dauphiné de 2011, tem sido alvo de uma grande controvérsia, que levou a uma investigação por parte da agência britânica antidopagem e do parlamento britânico.
As audiências aos vários elementos da equipa britânica puseram em evidência a ausência de registos médicos que sustentem a versão de Wiggins de que a encomenda, que foi transportada desde o Reino Unido até França, continha um medicamento autorizado para a asma.
No início de março, numa audiência no parlamento britânico, a diretora executiva da agência britânica, Nicole Sapstead, disse que a sua entidade está a investigar a possibilidade de o produto entregue a Wiggins ser um corticoide proibido chamado Triamcinolona.
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