José Neves, ciclista da W52-FC Porto, manteve hoje a camisola amarela do Grande Prémio Douro Internacional, ao ser sétimo no contrarrelógio em Resende, horas depois ter visto todos os seus companheiros de equipa serem afastados da prova.
Único representante da W52-FC Porto em prova, após os outros seis ciclistas da equipa terem sido impedidos de alinhar na terceira etapa, por estarem suspensos preventivamente pela Autoridade Antidopagem de Portugal (ADoP), Neves perdeu 40 segundos para o vencedor do ‘crono’, António Carvalho (Glassdrive-Q8-Anicolor), mas segurou a liderança da geral por 15 segundos.
Carvalho cumpriu os 29,1 quilómetros do exercício individual contra o cronómetro, com partida e chegada a Resende, em 45.05 minutos, deixando Luís Gomes (Kelly-Simoldes-UDO) no segundo lugar, a um segundo, e Joaquim Silva (Efapel) no terceiro, a sete.
Rafael Reis (Glassdrive-Q8-Anicolor), o campeão nacional da especialidade, foi quarto, a 13 segundos do seu companheiro de equipa.
Num dia difícil, Neves bateu-se pela amarela e vai partir para a quarta e última etapa da segunda edição do Grande Prémio Douro Internacional sem equipa e com apenas 15 segundos de vantagem sobre Carvalho. Bruno Silva (Tavfer-Mortágua-Ovos Matinados) fecha o pódio, a 01.03 minutos do campeão nacional de fundo de 2021.
Antes do arranque do contrarrelógio, a organização da prova foi notificada pelo colégio de comissários de que só Neves poderia alinhar no contrarrelógio de hoje, uma vez que os restantes ciclistas estão suspensos preventivamente pela Autoridade Antidopagem de Portugal (ADoP).
Além de Neves, estavam a competir no Grande Prémio Douro Internacional Ricardo Vilela e José Gonçalves, além de quatro antigos vencedores da Volta a Portugal: João Rodrigues (2019), Rui Vinhas (2016), Ricardo Mestre (2011) e Joni Brandão, que ‘herdou’ a vitória na edição de 2018 depois da desclassificação, por doping, do também ‘dragão’ Raúl Alarcón.
Oito ciclistas e dois elementos do ‘staff’ da W52-FC Porto foram suspensos preventivamente na sexta-feira pela ADoP no âmbito da operação ‘Prova Limpa’, confirmou à agência Lusa fonte ligada ao processo.
Os corredores, assim como os membros do ‘staff’, estão suspensos preventivamente durante 120 dias, um período que pode ser prolongado “dada a complexidade do processo”.
Além dos ciclistas que alinhavam no GP Douro Internacional, a W52-FC Porto conta ainda nas suas fileiras com Amaro Antunes, três vezes vencedor e bicampeão em título da Volta (2021, 2020 e 2017), Samuel Caldeira, Daniel Mestre e Jorge Magalhães.
No final de abril, 10 corredores da W52-FC Porto foram constituídos arguidos e o diretor desportivo da equipa, Nuno Ribeiro, foi mesmo detido, assim como o seu adjunto, José Rodrigues, no decurso da operação ‘Prova Limpa’, a cargo Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) do Porto.
“A operação policial, envolvendo um total de cerca de 120 elementos provenientes da Diretoria do Norte e ainda das Diretorias do Centro e do Sul, da Unidade Nacional de Combate à Corrupção e dos Departamentos de Investigação Criminal de Braga, Vila Real e Guarda, contou ainda com a colaboração da ADoP (Autoridade Antidopagem de Portugal)”, detalhou a PJ, em 24 de abril.
A estrutura W52, ligada ao FC Porto há seis épocas, venceu as últimas nove edições da Volta a Portugal, mas os triunfos do seu corredor espanhol Raúl Alarcón, em 2017 e 2018, foram-lhe retirados também por “uso de métodos e/ou substâncias proibidas”.
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