A União Ciclista Internacional (UCI) decidiu hoje não atribuir aos segundos classificados as sete vitórias da Volta a França que foram retiradas ao norte-americano Lance Armstrong, acusado de prática de doping e incitamento à utilização de produtos dopantes.

«Em relação a Lance Armstrong e às implicações das sanções da USADA [Agência Antidopagem norte-americana] que aprovou na segunda-feira, 22 de outubro, o Comité Diretor decidiu não atribuir as vitórias a qualquer outro corredor ou melhorar outras classificações em qualquer dos eventos afetados», lê-se em comunicado da UCI.

A mesma nota dá conta de que «o Comité decidiu aplicar esta decisão daqui em diante para qualquer resultado desportivo competitivo desqualificado devido a doping para o período entre 1998 e 2005».

«O Comité Diretor da UCI nota que um clima de suspeição pode ficar ligado a este período obscuro – mas, se esta decisão pode parecer difícil para aqueles que correram limpos, estes podem compreender que seria pouco honroso obter resultados na reatribuição de lugares», acrescenta o comunicado.

A UCI decidiu igualmente exigir a devolução dos prémios monetários que Armstrong e todos os outros ciclistas implicados no processo receberam pelos seus resultados.

Só pelos resultados no Tour, o texano, de 41 anos, recebeu cerca de 2,950 milhões de euros, de acordo com a Federação Francesa de Ciclismo.

No comunicado, o presidente da UCI, Pat Mcquaid, realçou que, hoje em dia, o ciclismo é um desporto «completamente diferente» do que era no período entre 1998 e 2005.

Na passada segunda-feira, a UCI adotou as sanções da USADA, que baniu Lance Armstrong por doping e distribuição de substâncias proibidas, anulando todos os resultados desportivos obtidos naquele período, incluindo os sete triunfos consecutivos no Tour entre 1999 e 2005.