A passagem de três etapas da Volta a Espanha em bicicleta por Portugal representa para os municípios “uma grande pedalada para a promoção do território”, disse o autarca de Castelo Branco, Leopoldo Rodrigues.

Durante a apresentação, na cidade albicastrense, das duas tiradas da Vuelta que percorrem 17 municípios de baixa densidade, o presidente anfitrião frisou que “este vai ser um momento marcante para projetar o território e do que ele tem para oferecer”, através de um evento de grande dimensão que deixou os hotéis do concelho lotados.

Leopoldo Rodrigues manifestou-se entusiasmado e expectante com o retorno financeiro, imediato e a prazo, disse serem esperados “dezenas de milhares de espetadores” também espanhóis, tendo em conta que é um concelho fronteiriço, e acrescentou que o desejo é que quem se desloque ou veja as imagens televisivas “opte no futuro por desfrutar do que Castelo Branco tem para oferecer”.

“Toda a região envolvente à Lousã vai sentir os efeitos positivos imediatos e diretos”, salientou o autarca local, Luís Antunes, para quem La Vuelta “extravasa muito significativamente a dimensão desportiva” pela dimensão da caravana, de 3500 pessoas que se estima gastem diariamente por onde passam 500 mil euros, além de a prova ser transmitida para 190 países e ser vista por 500 milhões de telespetadores.

Segundo Luís Antunes, a Volta a Espanha é “um veículo de promoção e de valorização, desde logo em termos turísticos, e junto daquele que o principal mercado externo, o espanhol”.

O presidente da Câmara de Ourém, Luís Albuquerque, destacou o alcance mediático da Vuelta e frisou que “não é fácil conseguir fazer esta promoção se não fosse através de uma prova desta envergadura”.

As dez mil camas do município estão lotadas e o edil vincou que o maior retorno “é a promoção do território”.

O secretário de Estado do Turismo, Pedro Machado, acentuou os “números avassaladores” da Volta a Espanha e a forma como vai permitir mostrar “um país inteiro”, não apenas a capital, contribuir para a “estratégia de desenvolvimento turístico do país”, para que seja “mais equilibrado” e a prova contribua para a “vantagem competitiva” de Portugal no setor, que ambiciona seja reforçado como um negócio “sustentado e sustentável”.

O presidente do Turismo de Portugal, Carlos Abade, enfatizou a capacidade de a Vuelta “alavancar a coesão territorial” e espera que seja “protagonista de geração de riqueza”.

Raul Almeida, do Turismo do Centro, sublinhou o papel do evento na “dinâmica que traz aos concelhos” por onde passa e a visibilidade em todo o mundo, mas nomeadamente em Espanha, “um mercado importantíssimo”.

O diretor-geral da Vuelta, Javier Guillen, destacou que a saída de Portugal contribui para “engrandecer” a competição, frisou que vai ser mostrada “a diversidade do país”, que a prova é “geradora de riqueza” e também uma plataforma de comunicação que “conta histórias” dos territórios ao longo das 21 etapas.

A 79.ª Volta a Espanha arranca em 17 de agosto, com um contrarrelógio de 12 quilómetros entre Lisboa e Oeiras. A segunda etapa ligará Cascais a Ourém, no total de 191 quilómetros, com a última tirada em solo nacional, a terceira, a percorrer 182 entre Lousã e Castelo Branco.

A prova terminará em 08 de setembro, em Madrid.

Esta será a segunda vez que a competição começa em Lisboa, depois de o mesmo ter acontecido em 1997, para promover a Expo98, que se realizou na capital portuguesa, e é a quinta vez que tem a etapa inaugural fora de Espanha.