O ciclista esloveno Primoz Roglic (Red Bull-BORA-hansgrohe) venceu hoje a oitava etapa da Volta a Espanha, 'bisando' nesta edição para deixar em alerta o camisola vermelha, no dia do ‘tombo’ de João Almeida (UAE Emirates).
Roglic, tricampeão entre 2019 e 2021 e que já tinha vencido a quarta etapa, cumpriu hoje os 159 quilómetros entre Úbeda e Cazorla em 3:38.34 horas, batendo sobre a meta o espanhol Enric Mas (Movistar), segundo, e outro espanhol, Mikel Landa (Soudal-QuickStep), terceiro, por 14 segundos.
Nas contas da geral, o camisola vermelha Ben O'Connor foi 17.º, a 46 segundos, e agora tem a liderança reduzida a 3.49 minutos para Roglic, reforçado no segundo lugar, com Mas em terceiro, a 4.31 minutos. João Almeida, que era terceiro, perdeu quase cinco minutos e é agora 26.º, a 9.06 minutos.
Com uma fuga lançada e na expectativa de aproveitar o calor abrasador para deixar o pelotão mais passivo, a etapa foi-se desenrolando até Cazorla com relativa tranquilidade, até que as subidas curtas, mas empinadas, dos últimos quilómetros foram fazendo a diferença.
Num pelotão cada vez mais curto, João Almeida mostrava cada vez mais dificuldades, consumadas aos primeiros ataques dos homens da geral – a equipa decidiu deixá-lo, mantendo-se em torno do francês Pavel Sivakov.
À frente, o tricampeão da Vuelta procura, mais uma vez, a redenção após uma Volta a França ‘descarrilada’ por lesões, tendo hoje atacado por três vezes, a última delas para seguir de vez.
O’Connor, que vinha escudado pelo austríaco Felix Gall, deixou ‘Rogla’ sair, com Mas e Mikel Landa no seu encalço, e o trio, depois reduzido a duo, foi absorvendo os homens da fuga, que durou 99 quilómetros – o último foi o colombiano Harold Tejada (Astana), já dentro do último quilómetro.
Aí, e na aproximação à meta, quase todos apostariam neste desfecho, com a ponta final do esloveno a sobrepor-se à raça de Mas, dando ao ciclista de 34 anos a 14.ª vitória em etapas na Vuelta.
“Hoje foi um dia de sofrimento, muito duro. A oportunidade estava lá ao fim e atirei-me a ela”, resumiu o vencedor da tirada.
Roglic aproveitou uma quebra “na ponta final” por parte de O’Connor, como o próprio admitiu, para se aproximar da camisola vermelha que tantas vezes vestiu no passado.
O líder, por seu lado, destacou o “dia abrasador” e o trabalho da equipa em minimizar os efeitos da chegada a Cazorla, enquanto outro dos protagonistas do dia, Enric Mas, admitiu que a equipa acreditava “que a fuga ia chegar”, razão pela qual lançou Oier Lazkano na frente.
“Não pôde ser e depois o Primoz foi melhor. Joguei as minhas cartas, estou contente, não bem pelo segundo lugar, mas pelas boas sensações”, declarou, admitindo que se sente melhor do que em 2021, quando também protagonizou um ‘mano a mano’ com o esloveno.
A ‘desgraça’ foi sobretudo da UAE Emirates, que perdeu João Almeida, considerado um dos grandes favoritos à vitória final, desconhecendo-se a razão do 'tombo', agora a 9.06 do líder, e a cerca de cinco minutos de Roglic, mas também tem agora Sivakov a sete minutos – o melhor da equipa é o estreante mexicano Isaac del Toro, em 17.º e a 6.32 minutos.
Com 11 ciclistas a menos de seis minutos de O’Connor, mantendo-se a expectativa de saber quanto pode durar o australiano, que já foi quarto na Volta a França e na Volta a Itália, a corrida acelera com mais um dia de calor abrasador antes do descanso e da mais ‘amena’ Galiza, na segunda semana.
No domingo, a nona etapa liga Motril a Granada em 178,5 quilómetros, com três contagens de montanha de primeira categoria no percurso, antes do primeiro dia de descanso da 79.ª edição.
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