O esloveno Primoz Roglic (Jumbo-Visma) segurou hoje por oito segundos apenas a camisola vermelha na Volta a Espanha em bicicleta, na etapa do Balcón de Alicante, marcada pela desistência de dois nomes fortes, Alejandro Valverde e Hugh Carthy.
O australiano Michael Storer (DSM) foi quem venceu em solitário a dura etapa, com seis montanhas entre Gandia e Balcón de Alicante, de 152 quilómetros, que chegou a juntar um grupo de 29 fugitivos, entre os quais o português Nelson Oliveira (Movistar).
Entre esses fugitivos, um dos que melhor aguentou a recuperação final do grupo de Roglic foi o austríaco Felix Grossschartner (Bora-Hansgrohe), sétimo na tirada a 1.32 minutos de Storer. Como estava razoavelmente bem posicionado na geral, subiu 13 lugares, para segundo, e por um triz que não 'roubava' a liderança a Roglic.
Sem se preocupar em demasia com quem ia aguentando a fuga, iniciada a 100 quilómetros da meta, Roglic controlou os ataques dos mais diretos rivais, grupo em que o britânico Adam Yates (Ineos) esteve bastante ativo.
Storer, um jovem australiano de 24 anos, esteve brilhante nos duros 8,4 quilómetros finais, com rampas de 14%, e não cedeu para a perseguição imediata do espanhol Carlos Verona (Movistar), segundo na jornada, a 21 segundos. O russo Pavel Sivakov (Ineos) fechou o pódio, a 59 segundos.
Este foi o primeiro grande resultado para Storer, que, no entanto, não é um desconhecido - há três semanas ganhou o Tour de l'Ain e tem este ano uma vitória na Volta aos Alpes.
Na geral, houve grande 'revolução' nos lugares de topo, não só pela subida de Grossschartner como também pelas do australiano Jack Haig (Bahrain - Victorious) e do norte-americano Sepp Kuss (Jumbo-Visma), a progredirem 19 lugares, para sétimo e oitavo, respetivamente.
Em contrapartida, desaparecem o espanhol Alejandro Valverde (Movistar), vítima de queda numa descida, e o britânico Hugh Carthy (EF Education - Nippo), que logo na primeira montanha sentiu problemas em seguir no pelotão.
Com 16 ciclistas ainda a menos de três minutos de Roglic, a primeira etapa de alta montanha fez mesmo 'mossa' e a vítima mais ilustre foi Valverde, de 41 anos, o mais ilustre dos ciclistas na Vuelta, prova que venceu em 2009.
Não lhe correu bem a 15.ª participação na Vuelta, já que caiu na descida de Port de Collao, a 41 quilómetros no fim, quando tentava um ataque na companhia do equatoriano Richard Carapaz (Ineos). Levantou-se, visivelmente 'amassado', foi visto pelo médico da corrida e recomeçou, para desistir quatro quilómetros mais à frente, em choro.
Para a Movistar é um rude golpe, já que a equipa tinha Valverde, Enric Mas e Miguel Angel Lopez no top-5, o que poderia pressionar Roglic nas etapas mais difíceis.
Quanto a Hugh Carthy, perdeu logo o contacto na primeira montanha do dia, Port de La Llacuna. Havia mais cinco escaladas pela frente e, completamente fora de forma, considerou que não valia a pena o calvário.
Uma saída inesperada, para o terceiro posicionado em 2020 e líder da EF Education - Nippo.
Nelson Oliveira foi dos que andou em fuga, mas depois foi 'deslizando' na classificação, entrando na meta do Balcón de Alicante em 59.º, a 11.42. Deu para subir 30 lugares na geral, para 67.º, já a 29.02 de Roglic.
Rui Oliveira (UAE-Team Emirates) entrou em 114.º, a 26.29, e caiu para 119.º (10 lugares), a 45.17.
No sábado, a oitava etapa parece propícia de novo aos 'sprinters'. São 173,7 quilómetros de Santa Pola a La Manga del Mar Menor, sem qualquer montanha.
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