A Oliveirense disse hoje estar “profundamente chocada” com a “emboscada” feita à equipa de hóquei em patins no pavilhão da Sanjoanense, onde os adeptos desse emblema “concertaram ações violentas”, colocando “em causa a integridade física dos atletas e ‘staff’”.
Em comunicado, os oliveirenses indicaram que à chegada ao local onde se disputou o dérbi na noite de quarta-feira, jogo em atraso da 18.ª jornada do Campeonato Nacional, que terminou 4-4, adeptos sanjoanenses “entoaram cânticos insultuosos, arremessaram objetos contra o autocarro, fizeram rebentar petardos” e “um dos atletas [da Oliveirense] foi agredido ao murro”.
“Tudo se passou nos escassos 20 metros que distam da saída do nosso meio de transporte à entrada nas instalações desportivas. A Polícia de Segurança Pública (PSP) estava avisada da chegada da Oliveirense ao Pavilhão da Sanjoanense, tendo sido solicitada a sua presença. Mas, a PSP não compareceu no local à hora prevista, tendo apenas marcado presença no local após a Oliveirense denunciar a situação através de uma chamada telefónica”, pode ler-se na nota.
A Oliveirense referiu que os membros da equipa da Sanjoanense “ajudaram a serenar os ânimos e colocaram-se entre os 20 elementos desestabilizadores” e ainda que vai “agir pelas vias legais, criminais e judiciais para identificar os referidos elementos”.
Por seu lado, o presidente do hóquei da Sanjoanense, Pedro Ribeiro, confirmou os acontecimentos à Lusa, classificando-os como algo “lamentável” que o clube “repudia”, revelando que antes dos factos tinha sido enviado um email à PSP de São João da Madeira que foi “ignorado”.
“A PSP tinha sido avisada, mandámos um email a alertar para a situação porque costuma acontecer nestes jogos. Foi um momento de tensão, passado cinco minutos as coisas já tinham serenado, os elementos dispersaram e a esquadra é a 300 metros do pavilhão. [A PSP chegou] 10 minutos depois do ocorrido, o comissário não tinha efetivos. A culpa não é da Sanjoanense, estamos em confinamento, são proibidos os ajuntamentos e não sabia que ia haver um. Estava dentro do pavilhão quando fui confrontado”, explanou.
Por seu lado, o comissário da PSP de São João da Madeira, Hélder Andrade, explicou que esse email foi “enviado na segunda-feira a informar sobre a realização de um evento desportivo”, mas que “não houve requisição da força de segurança” e que, por isso, “não havia efetivo em serviço remunerado para o evento desportivo”, tendo acorrido à situação quando houve um pedido da Sanjoanense na altura dos factos.
“Não fomos contactados pela federação, nem por um responsável. Não temos ‘feedback’ de como se deslocam as equipas. Recebi por parte da empresa de segurança a listagem de três assistentes de recinto desportivo (ARDs) para o evento desportivo. Se o organizador contrata ARDs é responsabilidade do coordenador de segurança assegurar a segurança do evento”, vincou.
Na quarta-feira, após serem contactados “por telefone por alguém da Sanjoanense a dizer que estavam a ocorrer ameaças”, os meios “foram para o local com urgência”, mas quando lá chegaram já “não havia ninguém”, não “foram localizados os agressores”, tendo regressado ao local no final do evento.
“No final do jogo, não havia adeptos, as pessoas saíram do pavilhão, tudo normal. As equipas saíram, fez-se uma verificação das imediações e o autocarro seguiu destino acompanhado à distância por uma viatura da PSP”, esclareceu.
No plano desportivo, este empate entre os dois emblemas aveirenses atrasou a Oliveirense na luta pelo título, mantendo o terceiro lugar, com 44 pontos, enquanto os ‘alvinegros’ somam 23 pontos, no oitavo lugar do principal escalão do hóquei nacional.
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