A judoca brasileira Rafaela Silva, campeã olímpica na categoria de -57 kg dos Jogos Rio2016, assumiu hoje que teve um controlo antidoping positivo, mas manifestou-se inocente.
"Não tenho nada a esconder, não tomo remédios, bebidas alcoólicas, não tomo suplementos (...). Sempre tive cuidado, não pego garrafas de água de ninguém. (...) Estou na mira da AMA (Agência Mundial Antidopagem) desde 2009, 2010, quando cheguei à seleção brasileira", afirmou Rafaela Silva.
A análise positiva, num controlo efetuado em agosto durante os Jogos Pan-Americanos, mostrou vestígios de fenoterol, uma substância presente em medicamentos para a asma e sujeita a autorização de utilização terapêutica, mas a judoca 'carioca', de 27 anos, nega que a tenha usado.
"Eu fui pensando todos os meus dias o que poderia ter acontecido, e a única coisa de que me lembro, a única pessoa que utilizou dessa substância foi a Lara, filha da minha amiga que treina no instituto. Eu tenho a mania de dar o nariz para a bebé chupar. Explicaram-me que, conforme ela vai chupando meu nariz, eu vou inalando o que ela está mandando para o meu corpo. Pode ter sido uma das maneiras de chegar ao meu corpo", salientou a atleta.
No final do mesmo agosto, Rafaela Silva, quarta do ranking mundial, conquistou o bronze nos Mundiais de Tóquio, derrotando, entre outras, a portuguesa Telma Monteiro, depois de ter sido campeã do mundo em 2013 e ter arrecadado a prata em 2011.
O advogado da atleta, Bichara Neto, que está com o caso do nadador Gabriel Santos, suspendo por um ano, esclareceu que Rafael Silva não foi suspensa provisoriamente.
"O procedimento está correndo no âmbito do Pan-Americano. Por ser uma substância especificada, a suspensão preventiva não é obrigatória. Vamos sustentar isso, ela está conseguindo apresentar uma versão que demonstra que não usou a substância com intenção de obter vantagem e nem com culpa. Vamos aguardar que a Federação Internacional abra prazo para ela apresentar a versão dela", explicou Bichara Neto.
Em junho de 2016, a nadadora brasileira Etiene Medeiros teve um controlo positivo por fenoterol, mas foi considerada inocente algumas semanas mais tarde e autorizada a participar nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro.
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