O cavaleiro Duarte Seabra, que assegurou uma vaga para Portugal no concurso de obstáculos dos Jogos Olímpicos Paris2024, disse hoje que se sente “preparado para chegar a uma fase final”, sem prometer a conquista de uma medalha.

Duarte Seabra, de 38 anos, que “se não tiver nenhum azar” se irá estrear em Jogos Olímpicos na capital francesa, recorda que “já há algum tempo que um cavaleiro, nascido em Portugal, não alcançava a qualificação para a prova de obstáculos”.

“Tivemos a Luciana Diniz, que é uma cavaleira luso-brasileira, presentemente a competir pelo Brasil, mas um cavaleiro nascido em Portugal qualificar-se para os Jogos Olímpicos era algo que estava fora do nosso alcance”, admitiu.

Em declarações à agência Lusa, o cavaleiro reconhece que “conseguir dar esse passo [conquista de vaga nacional para Paris2024] é uma vitória pessoal enormíssima” e a “concretização de um desejo antigo”.

“A participação nos Jogos Olímpicos é o ponto mais alto da carreira de um atleta. Vai haver muita pressão envolvida. Competi ao nível de Jogos Olímpicos [em 2023] e sinto-me preparado para chegar a uma fase final. Não vou dizer que vou ganhar uma medalha”, declarou.

Seabra reconhece que “o ano passado foi muito intenso para ocupar sempre os lugares cimeiros do ranking”, obrigando a muitos concursos e viagens.

“Este ano vou manter o nível de competição, porque quero lá chegar num bom momento de forma”, referiu Duarte Seabra, acrescentando que é o único cavaleiro português que cumpre os requisitos obrigatórios para preencher a vaga no concurso de obstáculos.

Seabra garantiu a vaga em obstáculos para o país, através do ranking de qualificação olímpica da Federação Equestre Internacional, que fechou em 31 de dezembro de 2023, cabendo à Federação Equestre Portuguesa indicar posteriormente quem a ocupará em Paris2024, o que deverá acontecer na próxima semana.

O cavaleiro, tal como em 2023, numa tradição para manter, vai começar a época - janeiro e fevereiro - nos Emirados Árabes Unidos, que é onde os concursos de nível maior começam mais cedo.

Duarte Seabra alcançou a quota para Portugal com o cavalo Dourados 2, que é o único que possui com os mínimos para saltar, mas admite um plano B, com uma segunda montada capaz de cumprir os requisitos.

“Um dos meus objetivos é conseguir um segundo cavalo com apuramento, mas o Dourados é o meu cavalo principal”, disse.

Para além de Duarte Seabra, também Maria Caetano, em dressage, garantiu uma vaga nacional para Paris2024, em que Portugal também poderá marcar presença com uma equipa de dressage, que só será confirmada quando a Federação Equestre Internacional anunciar todos os países qualificados.

As vagas garantidas em equestre elevam para 25 as quotas da Missão de Portugal aos Jogos Olímpicos Paris2024, a decorrer de 26 de julho a 11 de agosto.