O secretário de Estado do Desporto e da Juventude, João Paulo Rebelo, afirmou hoje que a cooperação da Autoridade Antidopagem Portuguesa (ADoP) com o Comité Paralímpico de Portugal (CPP) confirma o tratamento indiferenciado entre atletas olímpicos e paralímpicos.
O protocolo de cooperação assinado hoje, na sede da ADoP, prevê a realização de ações de formação, prevenção e aconselhamento aos agentes desportivos que integram ou possam vir a integrar a Missão Paralímpica para Tóquio2020, o que, para o governante, irá auxiliar o conhecimento dos atletas acerca da temática da antidopagem.
“Este protocolo só vem consubstanciar o que já foi determinado como política de governo, que é haver um tratamento igual do Estado quer para a dimensão olímpica, quer para a dimensão paralímpica. A ADoP vai ajudar a um melhor conhecimento, que é essencial para os atletas poderem ser cumpridores e conhecerem todas as exigências que se lhes apresentam”, disse.
João Paulo Rebelo, que marcou presença na assinatura de um protocolo de cooperação igual ao já assinado com o Comité Olímpico de Portugal (COP), em 14 de novembro, realçou a importância de combater as práticas ilícitas presentes no desporto, como a violência, as apostas e o jogo combinado, para além do doping.
“É preciso termos consciência que, se nós não conseguirmos garantir um jogo limpo, em que conseguimos afastar todos os fenómenos que nada têm a ver com os valores do desporto, não estamos a garantir uma sustentabilidade do desporto no futuro”, expressou.
O presidente da ADoP, Manuel Brito, explicou os objetivos da organização na luta antidopagem, que se concentram em duas dimensões (realização de controlos e educação), apontando sobretudo a estratégia aos atletas de alto rendimento.
“Acredito no valor da educação para verificação de comportamentos no sentido positivo. Nós temos de fazer controlos, mas o nosso objetivo não é apanhar casos positivos. A estratégia é realizar controlos nos atletas de elite. Sempre que há um caso positivo, alguma coisa falhou”, sublinhou.
Já o presidente do CPP, José Manuel Lourenço, mostrou satisfação pela assinatura do protocolo, que visa combater práticas ilícitas no desporto através da informação e sensibilização.
“Tudo o que contribua para que os agentes desportivos tenham toda a informação que lhes permita terem as opções certas, que é ter práticas lícitas, são medidas que nós só temos de aplaudir, tentar acompanhar e sermos parceiros ativos nesta luta contra o desporto ilícito”, assegurou.
Os Jogos Paralímpicos de Tóquio2020 realizam-se entre 25 de agosto e 06 de setembro do próximo ano, mas José Manuel Lourenço frisou que a motivação para a assinatura do protocolo não se deve prender ao evento mundial, mas sim a uma prática diária e ao jogo limpo.
“É um facto que, nos Jogos Paralímpicos, há uma maior visibilidade, mas não devem ser os Jogos Paralímpicos a nossa motivação. A motivação deve ser o jogo limpo”, concluiu.
As ações de formação e aconselhamento aos agentes desportivos previstas no protocolo, no máximo duas, serão distribuídas geograficamente, de acordo com as indicações e propostas do CPP.
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