Os dois representantes portugueses nos campeonatos do mundo de esqui nórdico, em Seefeld, na Áustria, André Gonçalves e Filipe Cabrita, classificam a participação na competição "um sucesso" e consideram poder obter melhores resultados.
André Gonçalves, o atleta de origem cabo-verdiana de 30 anos, a residir na Noruega, com a mãe em Lisboa e o pai em Sines, conseguiu a melhor pontuação de sempre em provas da Federação Internacional de Esqui (FIS) nos 10 km clássico, cortando a meta no 41.º lugar, enquanto no ‘sprint’ (1.500 metros) terminou na 134.ª posição, ambas vertentes de ‘cross-country’.
Filipe Cabrita, 39 anos, oftalmologista de Faro, que quando estudou na República Checa começou a praticar a modalidade, foi 44.º nos 10 km clássico, entre 58 participantes, e 139.º no sprint, num total de 150 atletas que iniciaram a prova.
Nenhum dos esquiadores lusos conseguiu ficar entre os dez primeiros lugares, que dão acesso à final, mas ambos se mostram satisfeitos por terem podido estar pela primeira vez num campeonato do mundo, a competirem com os melhores da modalidade.
"Considero que foi um sucesso. Fiz a minha melhor prova de sempre e para um país sem tradição nos desportos de neve, como Portugal, é uma grande conquista. Tenho a certeza que com trabalho posso melhorar", sublinha o consultor financeiro, que manifesta o desejo de dentro de dois anos qualificar-se para a final e em 2022 estar nos Jogos Olímpicos de Pequim.
Filipe Cabrita, algarvio que costuma treinar com os esquis na areia da praia, congratula-se por à sua frente só terem ficado atletas que vivem em países com neve.
"À minha frente só ficaram pessoas que vivem em países onde há pistas de esqui de fundo", acentua o médico de Faro, que valoriza a experiência adquirida "numa prova desta envergadura, onde a qualidade e o ambiente são diferentes" de outras competições. "Acredito que me vai fazer evoluir. Vou fazer o mais e o melhor possível", acrescenta Filipe Cabrita, também com a ambição de estar em Pequim2022.
Sérgio Figueiredo, diretor técnico nacional, faz "um balanço positivo" da participação lusa, por ter dado para "conhecer melhor os dois atletas" e "perceber o seu real potencial".
"Um dos objetivos foi perceber qual o nível deles, comparando com os melhores do mundo. São atletas com pouco tempo de treino. Se continuarem com a mesma dedicação, acredito que no futuro se podem esperar outros resultados, mas isso também depende dos apoios que tiverem para treinar. Neste momento, estamos na fase de avaliar o que podemos fazer nesta disciplina", frisa o diretor técnico da Federação de Desportos de Inverno de Portugal (FDIP).
Os Campeonatos do Mundo de Esqui Nórdico decorreram entre 20 de fevereiro e 03 de março em Seefeld, na Áustria. Segundo Pedro Farromba, presidente da FDIP, esta foi a primeira participação de Portugal na competição.
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