O PSD requereu hoje a audição parlamentar do ex-presidente do Instituto Português do Desporto e da Juventude (IPDJ) Augusto Baganha, devido às declarações que proferiu sobre o funcionamento do organismo e situações de ingerência nos processos de decisão.
Na quinta-feira, o atual presidente do IPDJ, Vítor Pataco, anunciou que vai processar o antecessor, Augusto Baganha, por “diversas afirmações, insinuações e acusações”, que – alegou - colocam em causa o seu bom nome.
Hoje, o PSD decidiu chamar Augusto Baganha à Comissão de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto por considerar “de extrema gravidade” as afirmações que proferiu relativamente à cessação do seu mandato e ao modo de funcionamento do instituto.
“É da maior relevância ouvir, em comissão, e logo após o início da próxima sessão legislativa, o presidente cessante do IPJD”, justifica o grupo parlamentar dos sociais-democratas.
“Resulta das suas afirmações a existência de motivações partidárias para a cessão do respetivo mandato, a presença de pressões por parte do senhor secretário de Estado da Juventude e do Desporto na atuação do presidente do IPDJ, a ingerência de organizações desportivas nos processos de decisão deste instituto, bem como o eventual favorecimento de organizações desportivas, no âmbito de diversos processos, incluindo contraordenacionais”, lê-se no requerimento.
Em comunicado enviado à agência Lusa, o atual presidente do instituto, Vítor Pataco, anunciou que vai recorrer “às vias judiciais adequadas”, com vista à “justa e cabal reposição da verdade”.
Em causa está uma entrevista à SIC, em que, de acordo com o comunicado, Augusto Baganha – exonerado da presidência do IPDJ - “proferiu diversas afirmações, insinuações e acusações que, sem qualquer fundamento, remetem para supostos factos que não correspondem minimamente à verdade”.
“As referidas acusações colocam em causa o meu bom nome, a minha ética profissional e a minha responsabilidade no exercício de funções públicas, produzindo consequências que o Dr. Augusto Baganha não podia deixar de antecipar, por terem sido proferidas em estação televisiva, em horário nobre de audiência, o que manifestamente levaria, como levou, à sua posterior ampla divulgação por outros órgãos e meios de comunicação social”, lê-se no documento.
Pataco preside desde terça-feira ao IPDJ, depois de ter sido vice-presidente durante a liderança de Baganha.
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