A portuguesa Telma Santos, representante olímpica no badminton em Londres2012 e Rio2016, acusou este domingo a Federação Portuguesa de Badminton (FPB) de tratamento “injusto” e de impedir a sua participação nos Campeonatos Internacionais de Portugal.
Numa publicação através da sua página na rede social Facebook, a atleta de 34 anos diz que a FPB a proibiu de treinar no Centro de Alto Rendimento da modalidade imediatamente após a participação nos Jogos Olímpicos do Rio2016, além de também lhe ter retirado “o direito a um ano de alta competição”, associada à participação olímpica.
Além de ser impedida de treinar, sem que tenha sido instaurado um processo disciplinar, a atleta está ainda impedida de participar nos Internacionais de Portugal, uma vez que os regulamentos da FPB, que na presente época passaram a permitir a participação em torneios nacionais de atletas a jogar no estrangeiro, o impedem.
Santos, atleta do clube espanhol IES La Orden, inscreveu-se como individual em Portugal, mas o ‘ranking’ nacional, cujos pontos transitam de um ano para o outro, foi usado para decidir a inscrição nos Internacionais, em março, nos quais apenas as 16 melhores atletas da tabela nacional poderiam participar.
Segundo a atleta, a sua inscrição foi negada, uma vez que participou apenas num torneio zonal e um outro nacional, pelo que não tem ‘ranking’ nacional suficiente, pese embora ser a sexta atleta lusa mais bem colocada na hierarquia mundial, na 815.ª posição.
“Hoje sinto uma grande angústia e uma grande revolta pela recusa da minha inscrição nos Internacionais de Portugal, por não cumprir os requisitos impostos com base no ‘ranking’ nacional”, escreveu, no Facebook, a jogadora, que se defende com a posição na hierarquia mundial.
À Lusa, Telma Santos explicou que, depois de regressar à atividade após os Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro, foi impedida de treinar “porque ainda não tinham sido prestadas as contas” relativas ao ciclo de preparação olímpica e aos treinos.
“Esse assunto é tratado com o meu treinador [Luís Carvalho], e nunca poderia ser o motivo para não treinar, não me foi instaurado nenhum processo disciplinar, como atleta de alta competição e olímpica tinha direito a treinar”, considerou.
Os problemas têm-se mantido e a atleta vê a situação “super injusta”, até porque não trata diretamente das contas e pensa ter “tudo certinho”.
“Há uma falta de comunicação entre as duas partes, a federação nem sequer convoca uma reunião. Não tem interesse em manter a atleta”, acrescentou a jogadora, que coloca o foco no impedimento “de não poder jogar num torneio em Portugal, nem representar a seleção”, num “impasse” que acaba por lhe “cortar as asas”.
Na publicação no Facebook, Telma Santos afirmou ainda que “as federações existem para ajudar os atletas, não para lhes cortar as asas” e que as mesmas deviam trabalhar “em prol dos atletas”.
A Lusa tentou, sem sucesso, contactar por telefone o presidente da Federação Portuguesa de Badminton, Horácio Gouveia.
Comentários