Esta semana no Slow Talk, tivemos o prazer de estar à conversa com um dos grandes nomes do desporto motorizado nacional e até internacional.
Aprendeu a conduzir uma moto aos 24 anos e, depois de competir nos campeonatos nacionais e arrecadar várias Taças das Senhoras, pensou em desistir das provas. Mas a sede de competir e a vontade de ver de perto uma das matérias que lecionava aos seus alunos em Geografia, fê-la avançar para desafios maiores e rumou ao Dakar em 1998. Cinco anos depois, e poucas semanas depois de tirar a carta de pesados, salta da moto para os camiões, onde tem alguns dos seus melhores resultados. Em 2007 termina a mítica prova no 21.ª lugar da geral e no 7.º lugar na categoria de camiões com menos de 10 mil centímetros cúbicos.
Com o Dakar a rumar à América do Sul, 2010 marca o seu regresso, de armas e bagagens, a África, onde começa a competir no África Eco Race. Depois de vários pódios na classificação geral de camião, alcança a tão ambicionada vitória na prova, terminando no 1.º lugar na prova de 2019 e no 5.º da geral de automóveis e camião. A falta de patrocinadores impediram-na de continuar e defender o título, ainda que a piloto não esconda o desejo de poder voltar às provas.
Mas não pense que esta mulher fica-se pelos volantes: escreveu três livros, fez mergulho, alpinismo, paraquedismo e atualmente é Presidente da Comissão Mulheres e Desporto do Comité Olímpico de Portugal.
Falamos, obviamente, de Elisabete Jacinto, com a qual conversamos para uma viagem ao longo da sua carreira. A piloto do Montijo recordou as principais dificuldades, as vitórias e as barreiras que teve de ultrapassar para alcançar as tão ambicionadas vitórias. Abordamos ainda a 'duna' do preconceito, a necessidade de alcançarmos uma igualdade de gênero e o hobbie do mergulho que serviu de válvula de escape para o stress.
Esta é uma conversa para ouvir onde e quando quiser. Coloque os auscultadores e fique a conhecer mais sobre a única mulher a vencer uma grande prova ao volante de um camião.
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