A Fórmula 1 é um desporto “insalubre e insustentável” e as consequências económicas da crise da COVID-19 são um “último aviso” a uma modalidade a precisar de “mudanças drásticas”, considerou hoje o chefe da equipa McLaren, Andreas Seidl.
“Acho que a crise pela qual passamos é o último aviso para um desporto que antes era insalubre e insustentável e agora chegou a um ponto em que precisamos de mudanças drásticas", avisou o alemão, comentando a modalidade cuja época está suspensa e deveria ter começado em 12 de março na Austrália.
Neste sentido, a McLaren, que tem sede em Inglaterra, já pediu à Federação Internacional do Automóvel (FIA) para que o teto orçamental das equipas de Fórmula 1 da próxima época seja reduzido dos cerca de 160 milhões de euros para os 90 milhões, um corte superior a 45 por cento.
“O mais importante é dar esse próximo grande passo, que achamos absolutamente necessário, considerando todas as perdas financeiras que enfrentaremos este ano”, argumentou, em vésperas de uma nova reunião entre a FIA e as 10 equipas do campeonato do mundo.
Seidl não vê “nenhum sinal de que a F1 possa não existir no próximo ano”, contudo, o engenheiro germânico está preocupado com “o risco de perder equipas" se não agirem agora.
“Se tomarmos as decisões corretas, a Fórmula 1 poderá ser mais sustentável no futuro e mais saudável do que tem sido nos últimos anos”, insistiu, considerando que, se for esse o caminho, “isso deve ajudar a melhorar o desporto e o espetáculo, algo do interesse de todos e também dos fãs”.
O antigo responsável da Porsche não tem ideia de quais vão ser as perdas financeiras da sua escuderia, uma vez que acha ainda “muito cedo” para ter uma ideia de quando as equipas voltarão ao trabalho, bem como o regresso dos grandes prémios.
Ross Brown, diretor desportivo da Fórmula 1, disse à BBC que o limite para o início da época será outubro e o seu fim nunca poderá ultrapassar janeiro de 2021.
A nível global, a pandemia de COVID-19 já provocou quase 127 mil mortos e infetou mais de dois milhões de pessoas em 193 países e territórios. Mais de 428 mil doentes foram considerados curados.
Em Portugal, morreram 599 das 18.091 pessoas registadas como infetadas.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
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