O francês Sébastien Ogier (Volkswagen Polo R) venceu hoje o rali da Austrália, mas com a frustração de ter ficado a um ponto da conquista do título, a três provas do final do campeonato do Mundo.
Depois da Alemanha, onde abandonou, o gaulês concluiu a 10.ª das 13 provas do calendário à frente do belga Thierry Neuville (Ford Fiesta RS), que o impediu à última hora se se sagrar campeão do Mundo, graças a um furo do finlandês Mikko Hirvonen (Citroën DS3).
Quando se preparava para celebrar o seu primeiro título, Ogier foi traído pela gravilha da região de Coffs Harbour, leste da Austrália. O francês liderava com grande vantagem sobre Hirvonen e era virtual campeão do Mundo, mas o furo atrasou Hirvonen irremediavelmente e Neuville subiu à segunda posição, mudando as contas nos instantes finais.
«A alguns minutos do fim, eu era campeão do Mundo. Depois, aquele furto de Hirvonen mudou tudo. É frustrante, mas é assim. Mesmo sabendo que este cenário poderia acontecer, é um tanto irritante», disse o piloto de Gap, de 29 anos, estimando que o título «já não pode escapar».
O belga somou os pontos suficientes para ter hipóteses, embora meramente académicas, de lutar pelo título. Ogier acumula 212 pontos e tem 83 de vantagem sobre Neuville, mas este ainda poderá conquistar 84 pontos e sagrar-se campeão do Mundo, com base num improvável pressuposto.
«É preciso que Thierry ganhe os três últimos ralis da época (França, Espanha e Grã-Bretanha) e todas as 'power stages' e que eu não marque qualquer ponto. Eu sei que ele é talentoso, mas mesmo assim...», ironizou o piloto do Altos Alpes, que terminou com 1,32 minutos de vantagem sobre Neuville depois de ter sido o mais rápido em 18 das 22 classificativas do rali australiano.
O título está agora à distância de um ponto e pode ser festejado em casa, no Rali de França, na Alsácia, num fim de semana em que o seu compatriota Sebastien Loeb, nove vezes campeão do Mundo, fará a sua despedida dos ralis, algo que traz uma preocupação extra a Ogier.
«O meu objetivo é ganhar. Quero ser campeão do Mundo da melhor forma. A única coisa que me incomoda é que tenho a impressão de que me espera uma carga de trabalho suplementar. Será frustrante se Loeb ganhar o rali em que eu me torno campeão do Mundo. Penso não merecer isso», confessou.
Para o período de 3 a 6 de outubro está então marcado mais um episódio da rivalidade que se arrasta desde os tempos em que, ambos na Citroen, Ogier era obrigado a respeitar as ordens da equipa, o que o levou a mudar-se para a Volkswagen. O "duelo" é na Alsácia, o terreno do "inimigo".
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