Depois de duas semanas de testes no circuito de Losail do Qatar, a nova temporada de MotoGP arranca este fim-de-semana no mesmo local, com vários pilotos a tentarem explorar a ausência do seis vezes campeão do mundo Marc Marquez.
O espanhol de 28 anos lesionou-se no braço direito durante a primeira corrida de 2020 e, posteriormente, foi submetido a três intervenções cirúrgicas para debelar uma fratura do úmero do braço direito. Marquez já voltou a andar de mota, na semana passada, mas vai ficar fora da grelha das corridas de domingo e de 04 de abril, ambas no circuito de Losail.
Na sua ausência, o foco estará naturalmente no campeão espanhol Joan Mir (Suzuki), no italiano Franco Morbidelli (Yamaha-SRT), que ficou em segundo na temporada passada, e no espanhol Alex Rins (Suzuki), terceiro no campeonato em 2020.
No entanto, é preciso não esquecer outros pilotos que dominaram nos testes realizados na pista de Losail.
O piloto mais rápido dos cinco dias de testes, o australiano Jack Miller com uma Ducati, também poderá entrar na pelo título.
"Nunca me senti tão confortável com a moto antes de começar o campeonato como este ano", disse o australiano.
Depois de ter fechado o campeonato em 2020, o Autódromo Internacional do Algarve (AIA), em Portimão, acolhe, desta vez, a terceira ronda do campeonato, a primeira na Europa depois da jornada dupla no Qatar.
Miguel Oliveira faz sonhar os portugueses
O piloto português Miguel Oliveira (KTM) tem a ambição de se intrometer na luta pelo título de MotoGP. Promovido à formação oficial da KTM, o piloto natural de Almada cumpre a terceira temporada na categoria rainha do motociclismo de velocidade, depois de já ter sido vice-campeão de Moto3 (2015) e de Moto2 (2017), somando um total de 14 vitórias nas três categorias (seis em Moto3, seis em Moto2 e duas em MotoGP, ambas conseguidas no ano passado).
Em 2020, o piloto português deu a primeira vitória à equipa privada Tech3, presente há mais de duas décadas no campeonato do mundo, ao conquistar o Grande Prémio da Estíria, na Áustria.
Miguel Oliveira encerrou a temporada com nova vitória, no regresso do Grande Prémio de Portugal, oito anos depois e pela primeira vez em Portimão, naquele que seria o segundo triunfo de uma temporada encurtada a 14 corridas devido à pandemia de covid-19.
O nono lugar conseguido em 2020 acabou por ser ‘curto' devido a duas quedas sofridas após toques de adversários e que ‘roubaram' pontos ao português. O segundo lugar acabou por ficar à distância de apenas 23 pontos (cada vitória vale 25).
Ducati vs Yamaha
Miller terá de enfrentar a Yamaha que detém o recorde na pista de Losail com oito vitórias contra cinco da Ducati e teve um desempenho fantástico durante o período de testes.
O espanhol Maverick Vinales e o francês Fabio Quartararo, que sucede ao italiano Valentino Rossi, ficaram em segundo e terceiro lugares respetivamente, seguido por Morbidelli em quarto.
Há mudanças em toda a grelha, com pilotos em novas motos a rodar por novas equipas, prometendo fazer desta temporada de 19 corridas algo imperdível, mesmo com a pandemia de COVID-19.
Apenas uma equipa, a Suzuki, manteve os seus dois pilotos da temporada passada.
O heptacampeão mundial de MotoGP Rossi, de 42 anos, abre um novo capítulo como piloto satélite da Yamaha SRT, a primeira vez que vai correr com o compatriota Morbidelli ao seu lado.
A KTM promoveu o português Miguel Oliveira, nono em 2020, da equipa satélite (Tech3) à formação principal (KTM Racing), ao lado do sul-africano Brad Binder, 11.º no ano passado.
A Honda deu um passo atrás e enviou o espanhol Álex Márquez (irmão de Marc) para a equipa satélite (LCR Honda), contratando o compatriota Pol Espargaró, que foi quinto ao comando de uma KTM.
Muitas mudanças na grelha
Na Ducati, não dois, mas três pilotos capazes de emergir como sérios candidatos farão a sua estreia em novas motas: Miller e o seu companheiro de equipa, o italiano Francesco Bagnaia, assim como o francês Johann Zarco, líder na sua antiga casa, a Pramac.
Três estreantes vão juntar-se a eles na grelha para representar a marca italiana: o espanhol Jorge Martin na Pramac e o campeão de Moto2, o italiano Enea Bastianini, em Avintia, que terá a companhia do seu compatriota Luca Marini, o irmão de Rossi.
Excecionalmente, os três antigos pilotos de Moto2 podem ter uma vantagem sobre os seus experientes homólogos de MotoGP este fim-de-semana, já que apenas as categorias intermédias correram no Qatar no ano passado com a ronda de MotoGP a ser cancelada devidas as restrições impostas por causa da pandemia da COVID-19 na Europa.
Em Moto2, vale a pena ter em atenção o britânico Sam Lowes (terceiro no campeonato de 2020), assim como o italiano Marco Bezzecchi (4º) e o australiano Remy Gardner (6º), com os três a registar os os melhores tempos nos testes de pré-temporada.
Em Moto3, os fãs esperam um confronto emocionante entre os veteranos John McPhee, Darryn Binder, Jaume Masia, Dennis Foggia e Gabriel Rodrigo e os estreantes Pedro Acosta, Izan Guevara, Adrian Fernandez e Xavier Artigas.
Mais de um ano após o início da crise pandémica, o calendário volta a ter o seu formato tradicional, com 21 provas agendadas, em 20 circuitos.
O Mundial de MotoGP arranca esta sexta-feira, com duas sessões de treinos livres, no circuito de Losail, no Qatar.
No sábado, disputam-se mais duas sessões de treinos livres e a qualificação, estando a corrida reservada para domingo, sendo a única do campeonato disputada à noite.
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