O nadador Diogo Carvalho está impedido de treinar na piscina devido à pandemia da Covid-19 e, além de antecipar que vá ser mais difícil conseguir o apuramento para Tóquio 2020, teme que os Jogos Olímpicos sejam mesmo adiados.
"Eu espero que haja Jogos Olímpicos, independentemente de me classificar ou não. Seria uma perda económica enorme e um sonho adiado para os atletas já classificados. É muito complicado pensar nisso. Vamos aguardar e mantermo-nos fiéis ao que acreditamos e seguir as recomendações das autoridades", diz o atleta português.
Ainda a sonhar com o apuramento para a sua quarta participação olímpica, Diogo Carvalho não esconde que o cenário atual é uma "incógnita".
"Teríamos Campeonatos da Europa em maio, que seria a última oportunidade de obter qualificação para os Jogos Olímpicos, além dos campeonatos nacionais de clubes, que foram cancelados. Por isso, em termos de oportunidade de obtenção dos mínimos para os Jogos olímpicos estamos limitados, mas também não sabemos como serão os Jogos, é uma incógnita", assume o nadador do Galitos.
As principais piscinas do país estão encerradas devido à pandemia da Covid-19 e os nadadores impedidos de treinar. Diogo Carvalho explica que se mantém "ativo", mas que para um atleta de natação não ter contacto com o meio aquático é uma grande limitação.
"Não ir a água é uma limitação enorme, pois a sensibilidade no meio aquático não é a mesma que no meio terrestre. Mas primeiro está a nossa saúde. E o que é a natação face a este problema e ao que está em causa para a humanidade?", diz, conformado, o atleta que esteve em Pequim2008, em Londres2012 e no Rio2016 a representar as cores portuguesas.
Sobre as novas rotinas que adotou, Diogo Carvalho contou, em entrevista à agência Lusa, que sai de casa o mínimo possível e que no seu dia tem obrigatoriamente de haver espaço para o exercício físico.
"Parámos com a ida à água e às piscinas, mas temos obrigatoriamente de fazer exercício. Tenho uma passadeira, uma bicicleta estática e um plano para fazer exercício em casa, mas mantenho-me por aqui para não correr riscos. A preocupação principal é mantermo-nos saudáveis, comer bem, hidratarmo-nos e fazer exercício", diz o nadador, que assume que a situação é inesperada e altera toda a planificação pensada para esta fase da época.
"Nesta fase da época e de preparação nunca estaria a fazer passadeira no ginásio. Tínhamos um plano feito há muitos meses para treino na água, mas acredito que não vai ser por estarmos duas ou três semanas sem treinar que vamos ficar de rastos", diz confiante o atleta olímpico.
O coronavírus responsável pela pandemia da Covid-19 infetou cerca de 170 mil pessoas, das quais 6.850 morreram.
Portugal registou na segunda-feira a primeira morte, um homem de 80 anos, com "várias patologias associadas" que estava internado há vários dias no Hospital de Santa Maria, em Lisboa.
Há 331 pessoas infetadas até hoje, segundo o boletim diário da Direção-Geral da Saúde (DGS).
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