
Nuno Borges esteve perto de protagonizar a reviravolta perfeita, mas acabou derrotado por Miomir Kecmanovic nos quartos de final do Estoril Open, onde Francisco Cabral, em pares, é o único tenista português ‘sobrevivente’.
Depois de perder os sete primeiros jogos do encontro frente ao finalista de 2023, o número um nacional fez sonhar as bancadas com uma inédita presença nas ‘meias’ no Clube de Ténis do Estoril ao ganhar o segundo set, após salvar dois ‘match points’, mas despediu-se pelo segundo ano consecutivo nos ‘quartos’, com uma derrota por 6-0, 6-7 (5-7) e 6-4.
Com a derrota do terceiro cabeça de série, o challenger fica ‘órfão’ de representantes nacionais em singulares, sendo Francisco Cabral o único luso ainda em competição, mas em pares.
Descrever a entrada no encontro de Nuno Borges como desastrosa seria dizer pouco, já que o número um nacional perdeu os sete primeiros jogos frente a Miomir Kecmanovic.
Depois de, na véspera, vencer o encontro mais longo de sempre no Clube de Ténis do Estoril – uma dura batalha de três horas e 16 minutos frente ao húngaro Marton Fucsovics -, o maiato apareceu apático e errático, sofrendo três quebras de serviço para sair derrotado do primeiro set em pouco mais de 20 minutos.
Com o 47.º jogador mundial impassível a servir, Borges apenas no oitavo jogo conseguiu segurar o seu serviço para nivelar 1-1.
O português foi subindo em confiança, segurando os seus serviços, embora com algumas dificuldades, até ao sexto jogo do segundo parcial: anulou dois ‘break-points’, antes de o ‘entregar’ ao adversário com uma dupla falta.
Sempre certeiro, Kecmanovic rapidamente avançou para o 5-2, já depois de evitar a quebra de serviço, no primeiro ponto de ‘break’ de que o 41.º jogador mundial dispôs.
Mas Borges nunca desiste e, com duas grandes direitas, adiantou-se para 30-0 quando o sérvio servia para fechar o encontro e ‘conquistou’ mesmo dois ‘break-points’, convertendo o primeiro deles para felicidade do público, hoje em menor número do que na batalha da véspera.
Quando parecia que estava finalmente no comando do encontro, o seu primeiro serviço ‘desapareceu’ e o maiato teve mesmo de salvar dois ‘match-points’, num jogo em que o quinto cabeça de série caiu mal e ficou a queixar-se do pulso.
Ainda assim, o número um luso fez o 5-5 e levou o set a ‘tie-break’, chegando a liderar por 5-2. Depois de desperdiçar dois ‘set points’, o primeiro com o campo aberto, acabou mesmo por vencer por 7-5.
O novo fulgor do português ‘levantou’ as bancadas, mais entusiásticas no apoio ao ‘seu’ jogador, que esteve perto de quebrar o sérvio logo no segundo jogo do decisivo set.
No entanto, o parcial seguiu sem hipóteses de ‘break’ para qualquer lado até ao sétimo jogo, no qual Kecmanovic quebrou o serviço de Borges para passar para a frente no marcador.
O número um nacional não se deixou abater e devolveu de imediato o ‘break’, antes de ‘entregar’ o seu jogo seguinte, com uma dupla falta. O finalista da edição de 2023 aproveitou a benesse e fechou mesmo o encontro dos ‘quartos’, após duas horas e 15 minutos.
Nas ‘meias’, vai jogar com o norte-americano Alex Michelsen, o segundo cabeça de série e 38.º jogador mundial, que derrotou o italiano Luca Nardi (100.º), por 6-3 e 6-4, em uma hora e 22 minutos.
No início da jornada do Clube de Ténis do Estoril, Nicolás Jarry (57.º), o ‘carrasco’ dos portugueses Gastão Elias e Henrique Rocha, foi eliminado pelo ‘qualifier’ italiano Andrea Pellegrino.
Responsável pela eliminação do canadiano Félix Auger-Aliassime, primeiro cabeça de série do challenger português, na segunda ronda, o 237.º classificado do ranking voltou a surpreender, impondo-se por 7-6 (7-0), 5-7 e 6-0.
Nas ‘meias’, Pellegrino vai defrontar o australiano Aleksandar Vukic (83.º), que ‘despachou’ o ‘lucky loser’ Bernabé Zapata Miralles (380.º) em apenas 47 minutos, com duplo 6-1.
Com o quadro de singulares já sem figuras nem portugueses, Francisco Cabral mantém-se como a última esperança nacional no torneio este ano ‘despromovido’ a challenger. Campeão de pares em parceria com Borges em 2022, o portuense qualificou-se hoje, ao lado do austríaco Lucas Miedler, para as meias-finais da variante.
Os segundos cabeças de série venceram os polacos Karol Drzewiecki e Piotr Matuszewski, por 6-1, 3-6 e 10-4, e agora vão lutar por um lugar na final frente aos checos Petr Nouza e Patrik Rikl, quartos pré-designados.
“São uma dupla perigosa, já ganharam um ATP este ano. É uma equipa que está com confiança, mas felizmente nós também”, perspetivou Cabral.
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