O tenista português João Sousa admitiu hoje que não soube lidar bem com a ansiedade diante do alemão Cedrik-Marcel Stebe, mas defendeu que o desfecho do ‘play-off’ do Grupo Mundial da Taça Davis ainda está em aberto.
“Comecei muito bem. Aliás, não comecei bem, mas depois consegui jogar a um bom nível até ao 3-1 do segundo ‘set’. Depois não consegui manter o nível. Cometi muitos erros não forçados. Fisicamente, não estive à altura do desafio, daí se calhar não ter tido tão boas sensações como gostaria. Não joguei um bom encontro”, analisou o número um nacional, depois de perder por 4-6, 6-3, 6-3 e 6-0 com o 90.º tenista ATP.
Questionado sobre se sentiu ansiedade ou pressão por estar a lutar por uma inédita subida de Portugal ao Grupo Mundial, João Sousa foi claro: “Sim, existe isso tudo. É normal nos atletas de alta competição sentir alguma ansiedade. Se calhar, foi o que eu não soube gerir bem no encontro de hoje. Hoje não o consegui fazer”.
Ainda assim, o 57.º jogador do ‘ranking’ acredita que a eliminatória está em aberto, uma vez que “é apenas um ponto” perdido por Portugal, que tem “uma grande equipa”.
“Era um encontro importante, como todos são. Nas eliminatórias da Taça Davis, todos os encontros são importantíssimos. Na Davis, é sempre importante entrar a ganhar. Mas ainda há muitos encontros pela frente. Nem tudo o que começa mal, acaba mal. Vamos manter a esperança do objetivo final, que é o Grupo Mundial”, salientou.
Sousa confessou-se “um pouco frustrado por não ter conseguido jogar ao mais alto nível”. “Se tivesse jogado bem e tivesse perdido, o sabor seria igualmente amargo, mas era diferente. Amanhã [sábado] é outro dia, é tentar recuperar porque temos um encontro de pares [vai jogar ao lado de Gastão Elias]”, completou.
O principal tenista nacional reportou-se ainda aos últimos encontros a cinco ‘sets’ que disputou, que decorreram dentro dos mesmos moldes da derrota de hoje.
“Há anos melhores, anos piores, a carreira de um jogador é mesmo assim. Não tem caído para o meu lado. Espero num futuro próximo jogar melhor nos momentos mais decisivos”, frisou.
O vimaranense reconheceu ainda que o vento influenciou bastante o encontro de hoje, mas lembrou que as condições eram iguais para ele e para Cedrik-Marcel Stebe.
“Ele talvez tenha sabido lidar melhor [com o vento]. Não foi por causa das condições que perdi”, afiançou.
Sousa elogiou Stebe, “um bom jogador”, que soube aproveitar os momentos decisivos do encontro.
“Nos momentos em que desci [de nível], ele aproveitou. Sentiu-se muito cómodo durante os três últimos ‘sets’, tanto a defender como a atacar. Senti que ele estava a jogar um bom ténis, tem também o seu mérito. Eu não estive ao meu nível, mas penso que ele fez um bom encontro”, concluiu.
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