A eliminatória entre Portugal e o Mónaco foi uma incógnita até ao último encontro, altura em que Henrique Rocha saltou do banco para bater Romain Arneodo e 'carimbar' a permanência no Grupo 1 da Taça Davis.

Contrariando todas as expectativas e o claro favoritismo atribuído à equipa portuguesa, o confronto entre a formação capitaneada por Rui Machado e a seleção monegasca foi muito equilibrado até ao jovem portuense, de 20 anos, conquistar o terceiro e decisivo ponto para o saldo nacional, no quinto e derradeiro encontro da eliminatória.

“Na Taça Davis é mesmo assim. Os encontros têm um peso diferente e todos sentimos isso. Foi uma eliminatória sofrida, como sempre foram, e estamos todos muito contentes pela vitória, exatamente porque lutamos muito por isso. Agora é desfrutar com a equipa”, afirmou Nuno Borges, em declarações à Lusa.

Depois do empate ao final do primeiro dia (1-1), com a vitória de Borges e a derrota de Jaime Faria, Francisco Cabral e o amigo maiato conseguiram contrariar o favoritismo dos especialistas de pares, Hugo Nys (25.º ATP no ‘ranking’ de pares) e Romain Arneodo (71.º ATP), e ao fim de três ‘sets’, decididos com os parciais de 6-3, 3-6 e 7-5, colocaram Portugal em vantagem no marcador (2-1).

Tudo parecia bem encaminhado para o triunfo final até o número um nacional e 37 mundial sair por cima no set inaugural do encontro de singulares com Valentin Vacherot, antes de ‘desaparecer’ por completo do desafio e não conseguir evitar a derrota, pelos parciais de 6-4, 1-6 e 2-6.

“Foi uma grande vitória nos pares e paguei o preço nos singulares. Infelizmente estive muito abaixo do nível que gostaria de ter apresentado, mas estou muito contente com esta vitória de equipa. Eles jogaram melhor, mas nós tínhamos melhor equipa e isso foi muito importante”, confessou o maiato, acrescentando ter sido “difícil jogar o singular depois de um par tão stressante.”

De volta à igualdade ao marcador (2-2), Rui Machado optou por substituir Faria, número dois português e 109 do mundo, por Henrique Rocha e este, a jogar o seu terceiro encontro na Taça Davis, não desiludiu e, após recuperar duas vezes de uma desvantagem de 2-5, derrotou Romain Arneodo, especialista de pares, só com um desafio de singulares disputado em 2024, por duplo 7-5.

Consumado o terceiro triunfo do tenista portuense (161.º ATP) na Taça Davis, Portugal respirou de alívio e fez a festa nos ‘courts’ de terra batida do Monte-Carlo Country Club, onde Borges, Cabral, Faria, Rocha e Frederico Silva garantiram a manutenção no Grupo Mundial 1, enquanto o Mónaco desceu ao Grupo 2.