Adeus às iguanas que invadem as quadras, às praias paradisíacas e à ilha de Key Biscayne: o Masters 1000 de Miami muda-se a partir desta terça-feira para o Hard Rock Stadium e entra na era do gigantismo.
Virar a página de Key Biscayne, ou, para ser mais preciso, de Crandon Park, o clube de ténis onde era disputado desde 1987 um dos torneios mais importante do ano no circuito, não é fácil para as estrelas do ténis.
"É um pouco triste porque Key Biscayne fazia parte da história de nosso desporto, era um evento emblemático", lembrou na semana passada em Indian Wells o atual número 2 do mundo, o espanhol Rafael Nadal, que, com uma lesão no joelho, não poderá disputar o torneio na Flórida.
"Vou sentir falta de muitas coisas", lamentou por sua vez Roger Federer, que conquistou em Key Biscayne o Orange Bowl, o campeonato mundial de juniores, em 1998.
"É estranho jogar este torneio num novo lugar. Eu entendo porque é que a decisão foi tomada, mas vou sentir falta de Key Biscayne", continuou o tenista suíço, três vezes campeão do Masters 1000 de Miami.
Em Key Biscayne, o torneio de Miami corria sérios riscos.
A organização, a gigante IMG/WWE, que por muito tempo quis transformar o torneio no quinto Grand Slam, tentou modernizar as instalações para dar mais conforto aos jogadores e ao público, além de, claro, aumentar as receitas. Mas a população local foi contra qualquer mudança.
A IMG chegou a ponderar uma mudança de ares para Orlando, ou até para a Califórnia. Até que o proprietário da equipa de futebol americano Miami Dolphins ofereceu uma saída.
O bilionário Stephen Ross, que fez fortuna no setor imobiliário, colocou à disposição seu estádio, o Hard Rock Stadium, para sediar o torneio nos próximos 20 anos.
Para a edição de 2019, uma quadra central provisória de 13 800 lugares foi construída dentro do estádio de futebol americano, com direito a camarotes de luxo. No estacionamento, foram montados um estádio menor para 5 000 lugares e outras 30 quadras, o dobro do que existia em Key Biscayne.
O espaço dedicado aos jogadores triplicou de tamanho em balneários, academias e restaurantes. Os oito melhores jogadores e jogadoras terão seus próprios balneários.
"Ofereceremos instalações de luxo jamais vistas no ténis", garantiu o diretor do torneio, o ex-tenista americano James Blake.
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