Portugal qualificou hoje mais duas tripulações de vela para os Jogos Olímpicos, os ILCA 7 e ILCA 6, juntando-se nos Mundiais de Haia aos 470 no trio já garantido para Paris2024.

Depois de os já olímpicos, em Tóquio2020, Diogo Costa e Carolina João terem sido bem-sucedidos no 470, hoje foi a vez de Eduardo Marques em ILCA 7, uma hora antes de Vasileia Karachaliou, que compete por Portugal mediante uma autorização especial da Federação Internacional de Vela (World Sailing), o fazer em ILCA 6.

Eduardo Marques conseguiu qualificar mesmo em cima do ‘gongo’, já que, após uma regata para esquecer, a primeira das duas do dia, com o pior resultado no evento, 46.º, reagiu com um quarto lugar que o fez galgar oito posições, até 24.º, acabando em 16.º na contabilidade por países para Paris2024.

O português garantiu precisamente a derradeira vaga na classe, na qual cada país só pode ter um barco, sendo que a anfitriã França não entra nesta contabilidade.

“Durante todo o campeonato esteve perto do lugar de apuramento, mas quase sempre atrás desse 16.º. Hoje, fruto de uma regata excecional, conseguiu passar dois países e terminar o Mundial com o grande objetivo a que se propunha, a qualificação de Portugal para os Jogos Olímpicos nesta classe”, disse à Lusa o diretor técnico nacional, Luís Rocha.

Vasileia enfrentou o derradeiro dia com a certeza de que dificilmente falharia o apuramento, podendo mesmo subir vários degraus desde o novo posto com que começou a jornada.

Realizou o seu pior desempenho, 56.º, que descartou, porém reagiu com um 11.º que lhe valeu a oitava posição e a possibilidade de disputar, no domingo, da ‘medal race’, com pontuação a dobrar, e na qual o melhor que pode aspirar é ascender a sexta.

“Esteve sempre nos lugares mais à frente, sempre na qualificação, que hoje confirmou. Entra na ‘medal race’ em oitavo lugar, a regata com os 10 melhores para as 10 primeiras posições”, completou Luís Rocha.

No fim da prova, a grega não conteve as lágrimas, não de alegria, mas pela incerteza em que vive em relação à cidadania portuguesa, revelando que há muito tempo que não recebe qualquer informação sobre o processo.

Na vela adaptada, Portugal já tinha festejado a medalha de prata de Pedro Câncio Reis e Guilherme Ribeiro em RS Venture e a de bronze de João Pinto em Hansa 303.

Os Mundiais de vela reúnem, até domingo, cerca de 1.400 competidores de 81 países em Haia.

Na capital dos Países Baixos começa a qualificação para Paris2024, sendo que, posteriormente, há um período de repescagem europeu – datas e locais distintos para as diferentes classes –, antes de um último evento, mundial, em França, para atribuição dos derradeiros ingressos.