A Federação Portuguesa de Vela cumpriu nos Mundiais que hoje terminaram em Haia boa parte das suas aspirações olímpicas, classificando as classes 470, ILCA 7 e ILCA 6, e mantendo fundamentadas esperanças no kite, mas também no 49er.

Diogo Costa e Carolina João foram os primeiros a celebrar nos Países Baixos, ao segurar uma das oito vagas para Paris2024, concluindo a competição no 10.º posto e a presença na ‘medal race’.

Para garantirem que voltam aos Jogos Olímpicos – em Tóquio2020 competiram em classes diferentes – Diogo Costa e Carolina João precisam agora de bater a concorrência interna, protagonizada por pela promissora dupla Beatriz Gago/Rodolfo Pires, 34.ª em Haia.

Gago e Pires, com quem trabalham juntos, com o técnico espanhol Aaron Sarmiento, foram vice-campeões da Europa juniores em 2022 e este ano a sua evolução levou-os ao 11.º lugar na Semana Olímpica Francesa de Vela da Hyères, onde, em 2024, se distribuem os derradeiros ‘ingressos’ para os Jogos.

Em ILCA 7, Eduardo Marques tem sido o mais forte luso nas provas internacionais, contudo terá de bater Santiago Sampaio e Lourenço Mateus, que também vieram aos Mundiais, além de José Saraiva Mendes, vice-campeão do mundo de sub-21 em 2022.

A situação de Vasileia Karachaliou é diferente, uma vez que, quando chegou a Portugal, assumiu que só o fez porque na sua classe ILCA 6 não havia, ainda, praticantes com capacidade para discutir o apuramento olímpico.

Luísa Peres é o principal nome do futuro português na classe, mas ainda lhe faltará experiência ante a atual vice-campeã da Europa e que terminou este Mundial em oitavo.

Ainda assim, Vasileia, que tem desesperado pela ausência de boas novas quanto à sua naturalização, sabe que, se não tiver passaporte até março de 2024, não poderá representar a missão das ‘quinas’ em Paris2024 e a sua vaga será entregue a outro país.

Mafalda Pires de Lima está em evolução franca e tem conseguido desempenhos promissores nos kites, tendo, assumidamente, como principal adversário o seu corpo: tem 63 quilos, uns 10 abaixo do peso ideal, já que este é fundamental para ganhos de velocidade.

O irmão, Tomás Pires de Lima, e Pedro Afonso Rodrigues não estarão no mesmo patamar de proximidade à estreia olímpica, contudo já prometeram manter a exigência e foco para conquistarem a oportunidade, provavelmente mais consistente em Los Angeles2028.

O 49er é a classe em que Portugal poderá ter mais dificuldades em se qualificar e o facto de as suas duas tripulações em Haia terem ficado em 72.º e 74.º traduz objetivamente isso.

O olímpico Pedro Costa – que foi 15.º em Tóquio2020, com o irmão Diogo, antes de a classe 470 passar a ser mista e este último passar a competir com Carolina João – e o jovem Pedro Bolina não estão no nível de desenvolvimento que desejariam, enquanto os irmãos Tiago e Ricardo Alves ainda precisarão de maior experiência internacional, apontando mais ao evento olímpico de 2028.

Tanto os kites como os 49er têm nos Europeus deste ano, em Southampton, Inglaterra, e Vilamoura, respetivamente, uma vaga olímpica em disputa, sendo que em 2024, na semana olímpica de Hières, os primeiros contam com mais cinco ‘bilhetes’ mundiais e os segundos com três.

Na vela adaptada, Pedro Câncio Reis e Guilherme Ribeiro foram vice-campeões do mundo em RS Venture, depois do bronze na estreia, em 2022, em Omã.

Por sua vez, João Pinto conquistou em Haia a medalha de bronze em Hansa 303.

- Resultados completos dos portugueses nos Mundiais de vela:

- 470:

10.º - Diogo Costa/Carolina João

34.º - Beatriz Gago/Rodolfo Pires

- ILCA7:

24.º - Eduardo Marques

74.º - Santiago Sampaio

80.º - Lourenço Mateus

- ILCA 6:

8.ª - Vasileia Karachilou

- 49er:

72.º - Pedro Costa/João Bolina

74.º - Ricardo Alves/Tiago Alves

- Kitefoil:

33.ª - Mafalda Pires de Lima

48.º - Tomás Pires de Lima

61.º - Pedro Afonso Rodrigues

Vela adaptada:

- Hansa 303:

3.º - João Pinto (medalha de bronze)

- RS Venture:

2.º - Pedro Câncio Reis/Guilherme Ribeiro (medalha de prata)