O presidente da Ocean Race, Richard Brisius, sublinhou hoje o “sonho” de pela primeira vez a maior regata do mundo fazer escala em Cabo Verde, num momento que disse ser “histórico”.

“Todos nós temos grandes sonhos na nossa vida e tínhamos o sonho de trazer a Ocean Race para Cabo Verde e não fosse a visão de muitas pessoas não seria possível, os grandes sonhos não são alcançados apenas por uma pessoa, mas sim juntos”, afirmou Brisius.

Durante a cerimónia de abertura oficial da vila da Ocean Race, na cidade do Mindelo, ilha de São Vicente, o responsável da organização disse que se trata de um “momento histórico”, e que os velejadores, cujo primeiro está previsto chegar hoje à noite, vão amar o país, a sua cultura, a sua beleza e o espírito do povo cabo-verdiano.

Na sua intervenção, Brisius destacou ainda que um dos grandes pilares da regata é a saúde dos oceanos, num evento que está a celebrar os seus 50 anos desde o nascimento em 1973.

“Quando passamos muito tempo nos oceanos passamos a fazer parte dos oceanos, cuidamos dos oceanos, respeitamos os oceanos e sei que Cabo Verde, uma Nação constituída por ilhas, também tem essa responsabilidade para com os oceanos”, afirmou.

A cerimónia contou ainda com discurso do primeiro-ministro cabo-verdiano, Ulisses Correia e Silva, que voltou a sublinhar o “momento histórico e único” para São Vicente e para Cabo Verde.

“Ocean Race é a Fórmula 1 de regata no mundo, e trazê-la para São Vicente foi uma grande aposta, e uma aposta ganha, porque está a acontecer”, frisou Correia e Silva, dizendo que quando todos os barcos chegarem vai ser “o maior espéculo” de sempre em São Vicente.

“São Vicente já está a ganhar, hotéis cheios, restaurantes cheios, isto é importante porque impacta a economia local”, enfatizou, voltando também a sublinhar os valores do evento, como a proteção e conservação dos oceanos, e o direito ao oceano.

E a regata, prosseguiu, vai ser complementada pela Cimeira dos Oceanos, que acontece na segunda-feira, também no Mindelo, com a presença do secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, entre várias outras figuras políticas, como o primeiro-ministro português, António Costa.

“Ocean Race casa com Ocean Summit e casa com valores que nós queremos difundir cada vez mais, e é por isso que as escolas estão aqui representadas, para que os alunos tenham cada vez mais contacto com a problemática da conservação da biodiversidade, do mar e do oceano que nos cerca”, referiu.

Correia e Silva disse também que quando o evento terminar vão ficar “coisas boas” para São Vicente e para Cabo Verde, como o pontão onde os barcos vão atracar, para vir a ser utilizado para outros eventos.

A 14.ª edição da Ocean Race partiu em 15 de janeiro de Alicante, Espanha, rumo a Cabo Verde com uma equipa 100% portuguesa, a bordo do VO65 “Racing for the Planet”, a competir na Ocean Race Sprint Cup, disputada por seis veleiros.

Considerada a maior e mais antiga regata à vela de volta ao mundo, que vai terminar em junho, mudou este ano de formato e colocará duas classes em competição na mais difícil prova de circum-navegação à vela por equipas.

A primeira etapa da prova, de 1.900 milhas náuticas (3.520 quilómetros), termina na baía do Mindelo e a segunda, com destino à Cidade do Cabo, África do Sul, deverá iniciar-se em 25 de janeiro, depois da paragem de cinco dias em São Vicente.

A competição - que chegou a estar planeada para o período de 2021/2022, mas foi adiada para 2023 devido à pandemia de covid-19 - deverá percorrer ao longo dos seis meses de competição de volta ao mundo, por cerca de 32.000 milhas náuticas (59.296 quilómetros), em categorias separadas, até terminar no verão em Génova, Itália, quando se comemoram os 50 anos desta prova, segundo a organização.

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