A Volvo Ocean Race, a maior competição de vela oceânica do mundo, tem regresso marcado a Lisboa a 25 de maio, depois de sete etapas ‘animadas’ por ciclones, barcos encalhados e ameaças de pirataria.
Quando chegarem a Lisboa, os seis dos sete barcos que partiram do porto espanhol de Alicante, a 11 de outubro de 2014, terão percorrido 36.164 milhas náuticas (70.679 quilómetros).
A sétima etapa, que marca o regresso da prova à Europa, ligará Newport, nos Estados Unidos, a Lisboa, numa distância de 2.800 milhas náuticas (5.185 quilómetros) e ditará o fim das etapas-maratona.
Depois da partida de Lisboa, marcada para 07 de junho, e até chegar a Gotemburgo, na Suécia, a frota percorrerá ‘apenas’ 2.635 milhas náuticas (4.880 quilómetros), uma distância inferior a qualquer uma das etapas já disputadas.
Depois da saída de Alicante, a frota, então constituída por sete barcos, um dos quais com tripulação exclusivamente feminina, rumou à Cidade do Cabo, na África do Sul, passando a linha do Equador e enfrentando os fortes ventos do Atlântico sul.
O oceano Índico surgiu no percurso na segunda etapa, que ligou a Cidade do Cabo a Abu Dhabi e que acabou por ser encurtada em mil milhas (1.852 quilómetros), de forma a evitar ataques de piratas na costa da Somália.
A etapa acabou por reduzir a frota de sete para seis embarcações, depois do barco dinamarquês Vestas Wind ter encalhado numa ilha deserta a norte do arquipélago da Maurícia.
A etapa portuguesa deverá, aliás, marcar o regresso do Vestas Wind à competição, após meses de reparação, com um novo ‘skipper’, o australiano Chris Nicholson, que substituiu o holandês Wouter Verbraak, entretanto dispensado após o acidente.
De Abu Dabhi, a competição rumou a Sanya, na província chinesa de Hainan, de onde partiu para Auckland, na Nova Zelândia, depois de atravessar o oceano Pacífico.
A partida para a quinta etapa, a maior da competição, com 6.776 milhas náuticas (12.549 quilómetros), teve se ser adiada três dias por causa do ciclone Pam, que, em março, fustigou o Pacífico sul.
A caminho de Itajaí, no Brasil, as equipas enfrentaram várias dificuldades, entre as quais o frio dos mares do sul e as ondas gigantes do cabo Horn, no Chile, um dos pontos mais meridionais da América do Sul.
No regresso ao Atlântico e ao hemisfério norte, a frota rumou depois a Newport, nos Estados Unidos, de onde partirá a 17 de maio rumo a Lisboa, onde os primeiros barcos devem chegar a 25 de maio.
A 12.ª edição da prova, que se realiza de três em três anos e inicialmente denominada Whitbread Round the World Race, é liderada pelo Abu Dhabi Ocean Racing, que venceu duas etapas, terminou três na segunda posição e uma em terceiro lugar.
Na segunda posição segue o veleiro chinês Dongfeng Race Team, que, depois de ter triunfado em casa na etapa de Sanya, voltou a ser o mais rápido na tirada entre o Brasil e os Estados Unidos.
O terceiro lugar é ocupado pelo holandês Team Brunel, liderado por Bouwe Bekking, `skipper´ que participa pela sexta vez na prova.
Nas regatas de porto, disputadas em cada um dos pontos de paragem e cuja pontuação só tem influência no resultado final em caso de empate, o Team Brunel lidera, seguido do Abu Dhabi Ocean Racing e do Team SCA.
Em Lisboa, a regata de porto disputa-se a 06 de junho, um dia antes da partida para Lorient, em França.
Depois de uma paragem técnica em Haia, a 19 de junho, a frota ruma no dia seguinte ao porto sueco de Gotemburgo, onde deverá chegar a 27 de junho, ao cabo de nove meses de navegação.
Em Lisboa, durante a paragem de 14 dias e em paralelo com a competição, vão realizar-se concertos, exposições e atividades subordinadas ao tema do mar e será possível um contacto próximo com as equipas participantes.
Comentários