João Ferreira (Mini) atrasou-se na quinta etapa da 47.ª edição do Rali Dakar de todo-o-terreno, na Arábia Saudita, devido a um furo e à navegação, num dia em que Gonçalo Guerreiro (Red Bull) recuperou o segundo lugar nos Challenger.
Na categoria Ultimate, considerada a rainha da competição, o leiriense João Ferreira desceu do nono ao 11.º lugar, depois de ter cedido 42.02 minutos para o vencedor da etapa, o norte-americano Seth Quintero (Toyota), com o qatari Nasser Al-Attiyah (Dacia) a ver-se despojado da vitória na tirada devido a uma penalização de 10 minutos por ter perdido uma das duas rodas suplentes durante o percurso.
Na geral, o sul-africano Henk Lategan (Toyota) mantém o comando, mas agora com 10.17 minutos de avanço para o saudita Yazeed Al-Rajhi (Toyota).
Já o português João Ferreira sofreu um furo logo no início desta etapa entre Al Ula e Hail, com 423 quilómetros cronometrados, e ainda sentiu problemas com a navegação nesta segunda metade da etapa maratona.
“Demorámos muito a encontrar o caminho certo, mas são situações normais no Dakar. Os primeiros carros começam a abrir pista e não foram na direção correta. Nós seguimos as marcas, mas, neste caso, deveríamos ter ido mais pela esquerda”, explicou à agência Lusa o piloto leiriense, de 25 anos, que é navegado por Filipe Palmeiro.
Com o tempo perdido, Ferreira baixou do nono ao 11.º lugar da geral, a 1:52.15 horas do comandante.
Na classe Challenger, de veículos ligeiros, o estreante Gonçalo Guerreiro recuperou o segundo lugar da geral ao ser quarto classificado, a 13.48 minutos do saudita Yasir Seaidan (BBR).
“Foi mais uma etapa difícil, uma etapa maratona. Tivemos novamente um furo, assim como ontem [quarta-feira]. É o normal, é o Dakar. Mas terminámos, que era o objetivo. Ainda temos mais uma semana dura pela frente, mas estou feliz com o resultado que temos tido. Chegar sem problemas é positivo”, sublinhou o piloto luso.
Pior sorte, nesta categoria, teve Luís Portela de Morais (GRally), que sentiu problemas mecânicos na sua viatura ainda antes de completar 500 metros na etapa. “Acho que nem andámos 500 metros e tivemos de parar para tentar reparar a avaria. Conseguimos chegar até ao final, mas o carro não estava bem”, disse à agência Lusa, após terminar na 18.ª posição, a 1:14.47 horas do vencedor.
Ainda nos Challenger, Ricardo Porém (MMP) foi sexto, com Mário Franco (Franco Sport) em 11.º, Pedro Gonçalves (Franco Sport) em 22.º e Maria Luís Gameiro (X-Raid) em 34.ª
Portela de Morais ainda é sétimo, Ricardo Porém é 12.º, Mário Franco 25.º, Pedro Gonçalves 30.º e Maria Gameiro 38.ª.
Nos SSV, outra categoria dos veículos ligeiros, Alexandre Pinto (Old Friends) foi quarto classificado, a 28.13 minutos do vencedor, o chileno Lopez Contardo (Can-Am). O português mantém o terceiro posto da geral, a 1:18.30 horas do norte-americano Brock Heger (RZR), que lidera.
João Monteiro (South Racing) é 12.º e João Dias (Santag) 25.º.
Nas motas, o melhor português voltou a ser Rui Gonçalves (Sherco), 22.º desta quinta etapa, a 23.39 minutos do vencedor, o argentino Luciano Benavides (KTM).
O piloto transmontano sentiu “dores no braço direito ainda devido à queda sofrida na etapa de 48 horas”, que hoje se fizeram sentir de forma mais intensa “por causa do tempo frio” que assola o norte da Arábia Saudita, onde a caravana pernoita. Na geral, Rui Gonçalves é 19.º, a 1:58.07 horas do líder, o australiano Daniel Sanders (KTM).
António Maio (Yamaha), que hoje terminou colado a Rui Gonçalves, em 23.º, é 25.º da geral, a 3:09.39 horas do líder.
Bruno Santos (Husqvarna) conseguiu manter-se em prova apesar de ter perdido muito tempo nesta etapa maratona devido a uma queda sofrida na quarta-feira, que lhe danificou a mota.
“Cheguei a temer não conseguir terminar a etapa de ontem nem a de hoje mas, felizmente, consegui trazer a mota até aqui”, afirmou Bruno Santos à chegada a Hail.
Nos camiões, Paulo Fiúza, que navega para o lituano Vaidotas Zala (Iveco), teve problemas mecânicos e caiu do terceiro para o oitavo lugar.
Esta sexta-feira os pilotos cumprem um dia de descanso, antes de a prova volta à estrada no sábado, com a ligação entre Hail e Duwadimi, a maior da edição deste ano, que inclui 605 quilómetros cronometrados.
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